Emmanuelle Charpentier, que receberá a medalha e o diploma às 18:00 (hora de Lisboa) das mãos do embaixador sueco em Berlim, será a primeira dos laureados deste ano a obter o seu prémio, abrindo uma semana de entregas pela Academia do Nobel.

Apesar da pandemia, os vencedores dos seis prémios (Paz em Oslo, Literatura, Medicina, Física, Química e Economia em Estocolmo) foram reconhecidos em outubro, mas as habituais cerimónias de gala para entrega dos galardões, marcadas habitualmente para 10 de dezembro, foram transformadas em eventos online, sem a presença dos premiados nas duas capitais nórdicas.

Em Estocolmo, será apenas realizada, na tarde de quinta-feira, uma cerimónia sem público, que inclui um concerto e imagens da entrega de prémios aos laureados deste ano.

Esta será a primeira vez, desde a Segunda Guerra Mundial, que os premiados não estarão presentes na capital sueca no dia 10 de dezembro.

Em Oslo, a última vez que o prémio da Paz foi atribuído sem cerimónia foi em 1976.

Na terça-feira, serão entregues os prémios Nobel da Física a Roger Penrose, em Londres, e Reinhard Genzel, em Munique, assim como aos laureados em Medicina Harvey Alter, em Washington, e Charles Rice, em Nova Iorque.

Ainda na terça-feira, será entregue o prémio de Economia a Paul Milgrom e Robert Wilson, Palo Alto, e o de Química à co—vencedora Jennifer Doudna, na Califórnia.

Andrea Ghez, também laureada em Física, receberá a sua medalha e diploma na quarta-feira, em Los Angeles.

Louise Glück, a poetisa que foi premiada com o Nobel da Literatura, receberá o prémio na sua casa, em Nova York, em data não especificada, assim como o britânico Michael Houghton, Nobel de Medicina, que mora no Canadá, anunciou a Fundação Nobel.

O prestigiado Prémio da Paz será entregue na quinta-feira, em Roma, ao diretor executivo do Programa Alimentar Mundial (PMA), David Beasley, numa cerimónia transmitida online a partir de Oslo e da capital italiana, onde a organização da ONU está sedeada.

O dia 10 de dezembro marca o aniversário da morte do fundador dos prémios, o empresário sueco Alfred Nobel (1833-1896) e as festividades incluem geralmente uma semana de conferências dadas pelos premiados. A maioria destas conferências continuará a realizar-se este ano, mas online.

Este ano foram premiadas 12 pessoas, sendo que cada prémio tem direito a um valor em dinheiro (10 milhões de coroas ou cerca de 980 mil euros) – nos casos em que há mais de um vencedor numa categoria, esse montante é partilhado -, mas também implica receber diplomas e medalhas de ouro.

Os prémios Nobel de 2020 para Medicina foi concedido a Harvey J. Alter, Michael Houghton e Charles M. Rice “pela descoberta do vírus da hepatite C”, enquanto o de Física homenageou Roger Penrose, Reinhard Genzel e Andrea Ghez pelos “avanços na compreensão dos buracos negros”.

O prémio de Química foi para Emanuelle Charpentier e Jennifer A. Doudna por descoberta de uma poderosa ferramenta de edição de genes, enquanto a norte-americana Louise Gluck recebeu o Prémio de Literatura “pela sua inconfundível voz poética que, com austera beleza, torna universal a existência individual”.

O Programa Mundial de Alimentos ganhou o Nobel da Paz “pelos esforços para combater a fome em todo o mundo”.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.535.987 mortos resultantes de mais de 67 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.