Marcelo Rebelo de Sousa adiantou à agência Lusa que, embora esteja inscrito para o voto antecipado no concelho de Lisboa, no próximo domingo, tenciona votar em Celorico de Basto, no distrito de Braga, no dia das eleições presidenciais, 24 de janeiro, como habitualmente: "Voto em Celorico. Só votaria em Lisboa se tivesse de ficar em Lisboa".

O chefe de Estado e candidato presidencial encontra-se em vigilância passiva desde a semana passada, por ter tido contactos considerados de baixo risco com dois infetados com o novo coronavírus, devendo por isso monitorizar sintomas e restringir os contactos sociais, evitando "grandes aglomerações".

Em declarações à agência Lusa, Marcelo Rebelo de Sousa contou que na quarta-feira fez "uma ligeira incursão fora do Palácio de Belém, para ir ao último dia de abertura de um alfarrabista na rua do Alecrim", em Lisboa, onde comprou alguns livros, antes de gravar uma entrevista à Antena 1, nos estúdios da rádio pública.

Hoje, esteve no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, onde deu uma entrevista ao canal de televisão francês M6, e dará uma entrevista como Presidente da República ao jornal francês Le Monde, e na sexta-feira irá às instalações da Renascença gravar uma entrevista a esta rádio e ao jornal Público.

"Depois, farei no sábado um teste do INEM. Fui contactado para fazer uma avaliação da situação no sábado. Insistiram muito para evitar, para já, grandes aglomerações", acrescentou.

Questionado se terá outras saídas nos próximos dias, respondeu: "Poderei fazer outras, vamos ver, depois do teste de sábado. Tem de se ver caso a caso. Mas, para já, até ao fim de semana não há nenhuma outra saída prevista, a não ser a ida à Renascença".

Marcelo Rebelo de Sousa está em situação de vigilância passiva desde quarta-feira da semana passada devido a um contacto com um elemento da sua Casa Civil infetado com o SARS-CoV-2 que foi considerado de baixo risco, ocorrido dois dias antes.

Após algumas horas de isolamento preventivo, até receber indicações das autoridades de saúde, participou nessa mesma noite de quarta-feira, 06 de janeiro, num frente a frente televisivo, enquanto candidato presidencial. No dia seguinte e no sábado esteve noutros dois debates a dois com adversários na televisão, e na sexta-feira gravou uma entrevista à TSF.

No sábado, afirmou à Lusa que até dia 18, quando terminaria esse período de 14 dias de autovigilância, não tinha ações previstas - exceto entrevistas e debates - e que iria encerrar a sua campanha de recandidatura ao cargo de Presidente da República em Celorico de Basto, como há cinco anos.

No domingo, arrancou oficialmente a campanha para as eleições presidenciais de dia 24, e a SIC falou com Marcelo Rebelo de Sousa no exterior do Palácio de Belém, onde o chefe de Estado declarou que aquele seria "um dia mais de Presidente da República do que de candidato", dedicado sobretudo à preparação da declaração de renovação do estado de emergência.

Na segunda-feira, o candidato apoiado por PSD e CDS-PP gravou mais uma entrevista, ao 'podcast' "Perguntar Não Ofende", de Daniel Oliveira, e à noite soube-se que tinha tido um resultado positivo num teste de diagnóstico do novo coronavírus, o que levou a isolar-se no Palácio de Belém.

Esse resultado foi depois infirmado por dois resultados negativos em testes realizados pelo Instituto Ricardo Jorge, com amostras colhidas pelo Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM).

Contudo, na terça-feira foi conhecido outro caso próximo de infeção, do chefe de segurança do Presidente da República, e enquanto aguardava indicações por escrito das autoridades de saúde Marcelo Rebelo de Sousa acabou por participar por videoconferência, a partir da sua residência, em Cascais, no distrito de Lisboa, num debate na RTP com todos os candidatos presidenciais.

Na terça-feira de manhã, assistiu também por videoconferência à 14.ª sessão epidemiológica sobre a situação da covid-19 em Portugal e à tarde consultou por telefone os partidos políticos com assento parlamentar sobre a renovação do estado de emergência, que decretaria no dia seguinte, após aprovação da Assembleia da República.

Na quarta-feira, foi anunciado que o Presidente da República já tinha retomado a atividade, porque as autoridades de saúde avaliaram o contacto com o seu chefe de segurança como igualmente de baixo risco, com a consequente vigilância passiva durante 14 dias.

Antigo presidente do PSD e comentador político, Marcelo Rebelo de Sousa venceu as eleições presidenciais de 24 de janeiro de 2016 à primeira volta, com 52% dos votos expressos.

Assumiu a chefia do Estado em 09 de março de 2016, sucedendo a Aníbal Cavaco Silva.

Os outros candidatos às eleições presidenciais de dia 24 são Ana Gomes, Marisa Matias, João Ferreira, André Ventura, Tiago Mayan Gonçalves e Vitorino Silva.