O Programa de Rastreios Auditivos e Visuais foi realizado durante o ano letivo anterior, tendo abrangido alunos do 6.º, 7.º, 8.º e 9º. anos, bem como estudantes do ensino secundário e profissional (do Agrupamento de Escolas e da Escola Profissional Vasconcellos Lebre).

Segundo dados divulgados hoje, foram realizados rastreios audiológicos a 948 alunos, tendo sido referenciados 13 alunos com problemas do foro auditivo. "Evidenciou-se um maior número de alunos identificados com problemas, a este nível, no 12.º ano", refere fonte do HMM, citada pela autarquia.

No âmbito dos rastreios visuais, foram avaliados 876 alunos, tendo sido referenciados 265 alunos com problemas oftalmológicos.

"Assinalou-se um maior número de alunos com problemas visuais no 7.º ano de escolaridade. Neste âmbito, foram identificados quatro tipos de problemas específicos: erros refrativos - miopia (visão ao longe alterada), astigmatismo (visão desfocada) e hipermetropia (visão ao perto alterada) -, acuidade visual, alteração da visão cromática e alteração ao nível da visão em profundidade. Cento e dois alunos apresentavam problemas múltiplos e 164 com problemas singulares. No que respeita aos problemas singulares, há a destacar o erro refrativo", resume a mesma fonte.

Segundo o diretor clínico do HMM, Aloísio Leão, Os rastreios oftalmológicos foram, mais uma vez, um êxito, na identificação dos problemas que podem contribuir para o insucesso escolar, nomeadamente os erros refrativos, alteração da visão das cores e alterações da visão em profundidade".

O médico sublinha que "os números apresentados evidenciam que as crianças em idade escolar nem sempre manifestam sintomas evidentes de patologia ocular, apesar de existir, e a correção destas situações contribui de forma decisiva para a melhoria do rendimento escolar, pela viabilização de uma intervenção atempada, num estádio inicial da doença".

Os resultados obtidos a partir dos rastreios audiológicos mostram, por outro lado, que os problemas auditivos apresentam uma taxa de prevalência de 1,4%, e os problemas visuais uma taxa de prevalência de 30,3%, nas escolas básicas e secundárias da Mealhada.

Apenas 74 alunos são acompanhados por especialistas, representando apenas 26,6% dos alunos com problemas.

O Programa de Rastreios Auditivos e Visuais resulta de um protocolo entre Câmara da Mealhada, HMM e juntas de freguesia, que abrange ainda o programa "O Coração é a Razão", centrado na prevenção e acompanhamento de idosos em risco de ter uma doença cardiovascular nos próximos 10 anos.

A comparticipação da Câmara para os dois projetos é de 62.800 euros, cabendo a cada uma das juntas de freguesia 1.200 euros, num total de comparticipação de 70 mil euros. A Santa Casa da Misericórdia da Mealhada desenvolve os projetos através dos profissionais do Hospital da Misericórdia da Mealhada (HMM), que faz deslocar às escolas a Unidade Móvel de Saúde do HMM e respetiva equipa clínica.

"O HMM atingiu os objetivos a que se propôs", refere Bruno Peres, diretor-geral da Santa Casa da Misericórdia da Mealhada.

Rui Marqueiro, presidente da Câmara Municipal da Mealhada, sublinha os benefícios da deteção destes problemas e o impacto que poderá ter no percurso escolar das crianças e jovens. "Não há melhor investimento do que aquele que é feito na saúde e na educação e este é um programa que atua nestas duas vertentes", conclui o autarca.