A segunda fase da campanha de vacinação contra o sarampo acontece numa altura em que continuam os esforços de luta contra a segunda maior epidemia mundial de Ébola, prejudicados pela insegurança persistente no país.

A RDCongo enfrenta também uma das maiores e mais severas epidemias de sarampo, que afeta todas as 26 províncias, tendo sido registados, desde o início do ano, mais de 250 mil casos suspeitos que já causaram mais de 5.000 mortes, na maioria de crianças com menos de 5 anos.

A operação, que deverá desenrolar-se durante cinco dias, fecha a segunda fase da campanha de vacinação, que será depois seguida de uma terceira e última fase de vacinação nas províncias de Bas Uélé, Equateur, Haut Katanga, Haut Lomami, Haut Uélé, Kasai Oriental, Lualaba, Maniema, Mongala e Tshuapa.

A OMS estima que até final do ano tenham sido vacinadas 18,9 milhões de crianças em todo o país.

“Embora o surto de Ébola na RDCongo tenha conquistado a atenção do mundo e estejam a ser feitos progressos para salvar vidas, não devemos esquecer as outras necessidades urgentes de saúde que o país enfrenta”, defendeu a diretora da OMS para África, Matshidiso Moeti.

“Esta nova campanha de vacinação visa proteger as crianças do Kivu Norte, bem como de outras partes do país, de uma doença que é facilmente evitável com uma vacina”, acrescentou.

As baixas taxas de imunização e os elevados níveis de malnutrição contribuíram para a epidemia de sarampo no país e para as elevadas taxas de mortalidade que lhe estão associadas.

“No Kivu Norte, onde a população é altamente móvel, é imperativo que nos aproximemos dos viajantes e asseguremos que os seus filhos também sejam cobertos”, adiantou, por seu lado, o representante da OMS na RDCongo, Deo Nshimirimana.

A campanha de cinco dias está a ser implementada pelo Ministério da Saúde com o apoio da OMS e é financiada pela Aliança para a Vacinação (GAVI).

“O sarampo ceifou mais vidas congolesas este ano do que o Ébola. Temos de fazer melhor para proteger os mais vulneráveis, que são muitas vezes também os mais difíceis de alcançar. Esta campanha é um passo importante nessa direção,” apontou Thabani Maphosa, diretor-geral do programa nacional da GAVI.

“Para um impacto máximo, as campanhas devem ser combinadas com o fortalecimento da vacinação de rotina e dos sistemas de saúde”, acrescentou.

A falta de financiamento tem dificultado a realização de campanhas de vacinação reativas, segundo a OMS, que adianta terem já sido mobilizados 27,5 milhões de dólares (24,8 milhões de euros), faltando 4,8 milhões de dólares (4,32 milhões de euros) para completar a campanha de vacinação e reforçar a vigilância da doença, a gestão de casos e a comunicação.