Não obstante a doença hemorroidária constituir uma das patologias mais frequentes na sociedade ocidental, a afetar ambos os sexos, esta mantém-se como tema tabu e, muitas vezes, só se recorre ao tratamento quando os sintomas atingem um desconforto intolerável. Olhemos, então, para esta questão com a naturalidade que merece. Todos temos hemorroidas, que são veias que se encontram no ânus, numa área muito vascularizada.

Compreenda-se, também, que não se pode confundir o termo hemorroidas, que não são mais do que veias que se encontram no ânus e que participam na contenção das fezes, com o termo doença hemorroidária, que surge quando as veias hemorroidas se encontram inflamadas ou dilatadas. Porque normalmente se associa o termo hemorroidas à doença hemorroidária, assumimos neste artigo a palavra “hemorroidas” como o estado de inflamação e dilatação ao redor do ânus e/ou reto.

Regressando à questão da incidência da doença, as estimativas apontam para que 50% da população apresente sintomatologia hemorroidal em algum momento da sua vida, sendo que é uma situação que aparece em diferentes momentos na gravidez e até mesmo no pós-parto (ver caixa).

Em breve, teremos uma conversa sem tabus com Beatriz Gosta e com a enfermeira Carmen para a responder às suas questões sobre este tema. Uma conversa à qual pode assistir aqui.

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Um ponto importante é sabermos quais são os sintomas mais frequentes associados às hemorroidas, estes incluem dor após defecar; sangue vermelho nas fezes, e/ou no papel higiénico ou na sanita; comichão retal ou anal, uma ou mais protuberâncias ou vultos duros e sensíveis ao redor do ânus.

Há, igualmente, que perceber que, no que respeita à classificação, as hemorroidas são de dois tipos, internas ou externas. De forma sucinta, passemos a explicar o que as distingue e como as identificar: hemorroidas internas formam-se no interior do reto e geralmente não causam dor. Por vezes, projetam-se para fora do orifício anal (prolapso), situação que pode ocorrer quando se defeca. A veia prolapsada tende a voltar ao seu lugar. Quando uma ou mais veias prolapsadas continuam no exterior do ânus, podem provocar uma trombose ou obstrução do vaso, o que faz com que o sangue se coagule dentro das veias que estão deformadas.

Hemorroidas na gravidez e no pós-parto

Na gravidez é bastante comum o aparecimento de hemorroidas devido ao aumento do peso corporal e da pressão exercida na região pélvica, à prisão de ventre e ao aumento da quantidade de sangue que circula pelo corpo da grávida. Todos estes fatores provocam dilatação e inchaço das veias da região anal, originando as hemorroidas.

As hemorroidas podem aparecer em qualquer trimestre da gestação, mas são mais frequentes a partir do segundo, pois o aumento do peso e da pressão exercida na pélvis é maior. No entanto, elas tendem a desaparecer no pós-parto, no máximo passados três meses.

As hemorroidas no pós-parto são bastante comuns e, durante o puerpério, podem ser bastante dolorosas.

Já as hemorroidas externas, aparecem na parte exterior do conduto anal e costumam ser mais dolorosas, em particular quando aumentam de tamanho. Ocasionalmente, pode formar-se um coágulo (trombose hemorroidal) no interior de uma hemorroida externa, o que provoca uma dor muito intensa, prurido ou mesmo sangramento. Álcool e comida picante podem produzir e trazer complicações mais sérias.

Podemos prevenir ou minimizar os sintomas associados às hemorroidas?” Sim, uma alimentação equilibrada, nomeadamente com a ingestão de fibras e de água, assim como vitaminas A, B, B6 e C (ver caixa), contribuem para a prevenção das hemorroidas ou evitam que estas piorem. A atividade física (ex. caminhar e nadar) é igualmente aconselhada na prevenção das hemorroidas, uma vez que previnem a obstipação, melhoram a circulação, evitando a acumulação de sangue venoso nas pernas.

Como vimos, olhar para as hemorroidas com a naturalidade que o tema merece, abre caminho para procurar aconselhamento médico ou mesmo farmacêutico.

A abordagem terapêutica depende da gravidade dos sintomas. Noventa por cento dos casos dos doentes apresentam hemorroidas internas de I e II grau, sendo nestas situações recomendadas medidas como a alteração dos hábitos higiénico-dietéticos e do estilo de vida. O tratamento médico deve ser iniciado com a terapêutica apropriada para amolecer as fezes, juntamente com terapêutica local para aliviar a inflamação e os sintomas que se baseia, essencialmente, em preparações tópicas que contêm anti-inflamatórios.

Por sua vez, na presença de hemorroidas graves, em que o tratamento médico não tenha alcançado resultados, pode ser necessário recorrer ao tratamento cirúrgico.

Alimentação recomendada para prevenir hemorroidas

Líquidos, arroz, milho, aveia, pão “escuro”, lentilhas, feijão, favas, soja, grão-de-bico, maçã, figo, morango, pera, laranja, banana, cenoura, espinafre, batatas.

Alimentos a evitar se sofrer com crises hemorroidais

Cereais não integrais: Farinhas, pastéis, cookies, arroz branco, pão branco, carnes, enchidos, queijo e leite, açúcar e produtos que contenham açúcar, comidas picantes e muito condimentadas ou com excesso de sal, azeitonas, sardinhas salgadas, anchovas, café e bebidas alcoólicas.

É importante sublinhar que o tratamento tópico é recomendado como primeira linha, nas hemorroidas e em diferentes doenças anais e perianais, sendo útil para aliviar a dor e o desconforto, reduzindo as hemorroidas rapidamente.

Neste âmbito, o Procto-Glyvenol um anti-hemorroidário, afigurasse-nos como uma solução no tratamento de hemorroidas externas e internas, ao reduzir a permeabilidade capilar e melhorar o tónus vascular. Este é um medicamento não sujeito a receita médica, que reduz a dor, o prurido e o ardor, enquanto melhora o tónus vascular, por apresentar na sua composição um anti-inflamatório e um anestésico (o cloridrato de lidocaína atua como anestésico). Este pode ser utilizado em qualquer tipo de hemorroida, independente da sua gravidade (não tem corticoides) e por populações especiais como grávidas (a partir do segundo trimestre), lactantes e atletas de alta-competição.

Utilizado por via retal, o Procto-Glyvenol aplica-se duas vezes por dia, de manhã e à noite, após higiene cuidadosa da região anal, até os sintomas agudos diminuírem. Após este período, reduz-se a posologia aplicando o creme uma vez ao dia.

No que toca ao tratamento das hemorroidas internas, deverá utilizar-se o aplicador que se enrosca na bisnaga e introduzi-lo no ânus, pressionando a bisnaga a fim de introduzir uma pequena porção de creme no reto.

O Procto-Glyvenol apresenta-se na forma farmacêutica de creme retal, branco, homogéneo, acondicionado em bisnaga de alumínio, com 30 g de creme retal (preço recomendado de 11,30 euros).


PROCTO-GLYVENOL® - Medicamento não sujeito a receita médica, indicado no tratamento de hemorroidas externas e internas. Contraindicado em casos de hipersensibilidade às substâncias ativas ou a qualquer dos excipientes. O Procto-Glyvenol® deve ser utilizado com precaução nos doentes com insuficiência hepática grave. Devido à presença de álcool cetílico, o creme retal Procto-Glyvenol® pode causar reações cutâneas locais (ex. dermatite de contacto). A possibilidade de algumas reações alérgicas retardadas, podem ser devidas à presença de parahidroxibenzoato de metilo e parahidroxibenzoato de propilo. A embalagem de Procto-Glyvenol® creme retal contém látex. Este pode causar reações alérgicas em pessoas sensibilizadas. Não existe experiência clínica referente à aplicação do Procto-Glyvenol® em crianças. Ler cuidadosamente as informações constantes do acondicionamento secundário e do folheto informativo e, em caso de dúvida ou de persistência dos sintomas, consultar o seu médico ou farmacêutico.
Informação na gravidez e aleitamento: Não deve utilizar-se o Procto-Glyvenol® durante os primeiros três meses de gravidez. O Procto-Glyvenol® poderá ser utilizado a partir do 4º mês de gravidez e durante a lactação, desde que a dosagem recomendada não seja excedida.