Os homens que passam mais tempo a jogar videojogos de ação têm uma visão 20 por cento mais apurada do que os restantes. A conclusão é de um estudo realizado pela Duke University, nos Estados Unidos da América, em 2009, que determinou que os jogadores frequentes, pela técnica que desenvolvem a acertar em miras, a anular inimigos ou a contornar obstáculos, têm a capacidade de extrair mais informação de uma cena visual do que os não jogadores.

Esta competência aplicada à vida real traduz-se numa maior rapidez a acompanhar movimentos, identificar pessoas em multidões, destacar informação relevante de um documento extenso e a tomar decisões como escolher entre um caminho à esquerda ou à direita. Mais recentemente, Dalphen Maurer, investigadora do Laboratório Visual da Universidade McMaster em Ontario, no Canadá, veio a público defender o mesmo.

De acordo com este especialista, as pessoas que sofrem de cataratas podem melhorar a sua visão através de jogos de tiros como o «Medal of Honor» ou o «Call of Duty». Segundo a cientista, este tipo de passatempos obrigam de tal maneira a uma visão precisa e a um raciocínio rápido que acabam por estimular a capacidade de atenção e de concentração, obrigando os olhos a ser mais reativos e mais eficientes no processo de visualização. 

Ainda assim, nem tudo são vantagens. Especialistas de todo o mundo já alertaram, em congressos da especialidade, para os malefícios de passar horas e horas em frente ao televisor, ao computador, ao tablet ou ao ecrã do telemóvel a jogar. Além de fadiga muscular e da vista cansada, essa situação também gera secura ocular, como comprovou um estudo do neurocientista japonês Tamami  Nakano, divulgado em 2013.