Em comunicado divulgado no Dia da Floresta Autóctone, a associação lamenta que nos quase 25 anos desde a transposição da Diretiva Habitats para a legislação nacional o país tenha sido “incapaz de garantir um bom estado de conservação dos habitats florestais”.

A Zero refere que na região da Macaronésia, que abrange as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, apenas o habitat prioritário ‘laurissilvas macaronésicas’ se encontra em estado de conservação “favorável”, estando as florestas endémicas de zimbros e as florestas de zambujeiros e de alfarrobeira em estado “desfavorável-inadequado” e o habitat prioritário ‘turfeiras arborizadas’ listado como “mal conservado”.

De acordo com a Zero, na região Atlântica (noroeste de Portugal Continental), dos cinco habitats considerados, dois encontram-se em estado “desfavorável-inadequado” e três em estado “desfavorável-mau”, com destaque para o mau estado de conservação dos carvalhais de carvalho-alvarinho e dos bosquetes de teixo.

Na região Mediterrânica, a que tem mais habitats representados, a associação ambientalista afirma que o panorama não se altera muito, com dez habitats em estado de conservação “desfavorável-inadequado” e seis em estado “desfavorável-mau”, juntando-se a estes os carvalhais de carvalho-alvarinho, os bosquetes de teixo, os freixiais de freixo-de-folhas-estreitas, os carvalhais de carvalho-português e os bosques de sobreiro.

“Em resumo, dos dezoito habitats existentes, sendo que sete marcam presença em mais do que uma região biogeográfica (dois marcam presença em simultâneo nas regiões biogeográficas mediterrânica e macaronésica e os outros cinco encontram-se representados nas regiões atlântica e macaronésica), só as Laurissilvas macaronésicas se apresentam em bom estado”, adianta o comunicado da associação.

A Zero reitera a importância de o futuro Governo se comprometer com três objetivos centrais da Estratégia Europeia para a Biodiversidade 2030, nomeadamente transformar pelo menos 30% da superfície terrestre e marinha da Europa em áreas protegidas e geridas eficazmente, sendo que 10% da área com elevado valor em termos climáticos e de biodiversidade deve ter proteção estrita, e melhorar o estado de conservação ou a tendência de pelo menos 30% das espécies e habitats protegidos da União Europeia que não estão em estado favorável.