A cimeira do clima, até sexta-feira em Glasgow, pretende mobilizar os países do mundo a agir para que as temperaturas não subam além de 1,5 graus celsius em relação à época pré-industrial.

O FPMD é a única fonte dedicada de fundos de resiliência climática para 46 países mais pobres, que menos contribuíram para as emissões de gases com efeito de estufa mas que enfrentam alguns dos maiores riscos devido às alterações climáticas. É apoiado pelo Fundo Global para o Ambiente (GEF na sigla original) criado em 1990 para auxiliar países em desenvolvimento na procura de soluções para a proteção de ecossistemas e da biodiversidade.

As promessas de apoio vieram da Bélgica, região belga da Valónia, Canadá, Dinamarca, Estónia, França, Alemanha, Irlanda, Holanda, Suécia, Suíça e Estados Unidos.

"Estou encantado com a forte demonstração de apoio ao FPMD, que é a única fonte de apoio aos países mais vulneráveis do mundo. As promessas feitas hoje farão uma diferença imediata nos locais onde os riscos das alterações climáticas são mais agudos", disse o presidente do GEF, Carlos Manuel Rodriguez.

Sonam Phuntsho Wangdi, presidente do grupo dos 46 países nas negociações que decorrem em Glasgow, alertou, citado num comunicado do GEF: "Somos 46 dos países mais vulneráveis do mundo, e a ciência indica que a nossa exposição ao risco climático apenas irá aumentar".

O FPMD é o único fundo de resiliência climática que visa exclusivamente os países menos desenvolvidos. Desde 2001 já disponibilizou 1,4 mil milhões de euros para projetos que reduziram a vulnerabilidade climática de mais de 50 milhões de pessoas e reforçaram a gestão resiliente do clima de seis milhões de hectares de terra.

O GEF foi criado há 30 anos para enfrentar os problemas ambientais mais prementes do planeta. Já apoiou desde então mais de 5.000 projetos e programas. Já forneceu 18,5 mil milhões de euros em subvenções e mobilizou mais de 100 mil milhões em cofinanciamento.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro, em Glasgow, na Escócia, na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

A COP26 decorre seis anos após o Acordo de Paris, que estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta a entre 1,5 e 2 graus celsius acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia de covid-19, segundo a ONU, que estima que, ao atual ritmo de emissões, as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7 ºC.