O uso de trotinetas veio revolucionar a mobilidade urbana. Quais as vantagens deste tipo de transporte?

Não há dúvida que as trotinetas vieram para revolucionar, no bom sentido (naturalmente), todo o conceito de mobilidade urbana. Este “pequeno grande” veículo de duas rodas surgiu exatamente como uma alternativa de transporte aos veículos de quatro. É nosso objetivo, enquanto empresa tecnológica especializada em partilha de transporte e micromobilidade, melhorar a mobilidade dos cidadãos ao nível do transporte individual, mas não só. Queremos também torná-la mais sustentável, permitindo, não só uma redução das emissões de CO2, como da poluição sonora. E há outra vantagem, para mais, nesta fase conturbada que vivemos, o investimento. Claramente que apostar na micromobilidade é um ganho para os utilizadores, uma vez que os valores são extremamente competitivos quando comparados com outras formas de deslocação. Lisboa está a dar um passo em frente na modernização de uma cidade que se pretende organizada, ética e inovadora, e com o objetivo de oferecer os melhores serviços e as experiências mais adequadas, não só para quem a habita e trabalha, como para quem a visita.

Que regras de segurança os utilizadores devem ter na utilização deste meio de transporte?

Para nós, a segurança, seja para quem conduz uma trotineta, ou coabita com a mesma, é uma prioridade. E por isso mesmo lançámos uma escola de condução online, disponível na aplicação e no site, que permite a qualquer pessoa aprender de forma gratuita as regras para uma condução segura. Depois de uma breve formação, o futuro utilizador terá de fazer um teste e, claro, passar na prova. Investimos recursos, mas também atenção, no streamlining do tráfego sempre com o objetivo de transmitir, aos cidadãos, a importância de serem seguidas as regras de um comportamento ético e preventivo no que à condução de e-scooters diz respeito.

Mas vamos muito além de uma escola online. Como marca tecnológica e experts em micromobilidade, apostamos tempo e recursos no desenvolvimento de soluções técnicas, de forma a gerar a máxima confiança junto da comunidade. Exemplo disso é a tecnologia que pretendemos implementar em breve e que alertará a equipa Whoosh caso mais do que uma pessoa esteja a utilizar determinada trotineta.  A informação é recolhida através dos sensores instalados nos veículos, que, por sua vez, está ligada a uma plataforma própria de sharing, e que em conjunto com o algoritmo de análise criado que permitirá identificar quantas pessoas estão a andar. Esta tecnologia é bastante mais complexa do que uma simples medição do peso da pessoa que conduz a trotineta e tem em conta diversos parâmetros relativos ao estado do meio de transporte e à viagem.

João Pereira dos Reis. “Lisboa está a dar um passo em frente na modernização de uma cidade que se pretende organizada, ética e inovadora”
João Pereira dos Reis créditos: Divulgação

Há uma grande democratização em termos de mobilidade, mas há também utilizadores que não têm conhecimento do Código da Estrada. Estão a fazer alguma coisa no sentido de formar quem não sabe?

É importante reforçar que, antes de iniciar a sua deslocação, pedimos sempre ao utilizador que verifique as regras que a deslocação numa trotineta exige. Temos a nossa escola online, disponível no site e na app, com as principais regras (onde indicamos, por exemplo, que menores de 18 anos não podem usufruir dos nossos serviços, que devem ter carta de condução e usar equipamento de proteção, entre muitas outras regras) e onde aconselhamos todos os utilizadores a andar em segurança. É uma informação de fácil acesso e gratuita para qualquer pessoa.

O estacionamento de trotinetas é um grande problema. O que estão a fazer no sentido de melhorar?

Diria que é um desafio e não um problema. É um desafio para as cidades, porque têm de criar condições de segurança e ordem para os utilizadores dos meios alternativos ao automóvel. As empresas que disponibilizam este serviço já muito fazem em termos tecnológicos.   Trabalhamos, desde sempre, no sentido de adotar uma abordagem de estacionamento fixo, pois acreditamos que as trotinetas não devem ser deixadas ao acaso pelas ruas. Quem não usa não deve sofrer com a sua presença. Também por isso, desde que entrámos no mercado que nos comprometemos a trabalhar no sentido de ordenar as ruas de Lisboa. Esta abordagem de parking é agora porta-bandeira de todos, de reguladores e operadores. Aliás, o recente acordo assinado entre os operadores e Câmara Municipal de Lisboa é espelho disso mesmo (entre muitas outras regras imprescindíveis para o bom funcionamento das trotinetas) e mostra bem a importância da micromobilidade para a cidade e para o país. Quer seja pela sua sustentabilidade, pela capacidade de aumentar a produtividade – por diminuir o tempo de deslocação de casa para o trabalho e do trabalho para casa – pelo seu papel de descarbonização, e por representar uma transformação no paradigma dos transportes das grandes cidades.

O que vos diferencia de outros serviços semelhantes?

A Whoosh iniciou a sua operação em julho do ano passado. Com isso, tornámo-nos no mais recente player a entrar neste mercado da micromobilidade. Para além daquela que sempre foi, e é, a nossa preocupação – o estacionamento ordeiro – o que nos diferencia dos demais é a nossa frota. É moderna, e isso torna o transporte muito mais fiável e seguro. Cada trotineta tem uma especial atenção, numa base diária, por parte da nossa equipa. O objetivo da nossa marca é oferecer um equipamento moderno e sempre em bom estado de utilização.  Neste momento, os veículos são reconhecidos pela sua qualidade, com rodas em excelente estado de conservação e uma boa limpeza das mesmas. O apoio ao cliente é também um fator diferenciador. A Whoosh tem um chat na aplicação que permite resolver qualquer problema de forma célere. Com isso, os utilizadores recebem uma resposta em 1-2 minutos por parte dos gestores (não de bots).