Convenhamos: todos sonhamos com escritórios que respondam às nossas necessidades e que, acima de tudo, tenham bom ambiente. Sabemos que há dias mais stressantes do que outros e que, por vezes, é preciso fazer uma pausa para recarregar baterias ou desbloquear ideias. Infelizmente, nem todas as empresas têm capacidade para proporcionar espaços de relaxamento e, muitas vezes, ficamos presos à secretária até às 18h, sem conseguir avançar.

Com dez andares, lounge bar, estacionamento, escritórios privados, mais de 500 locais de trabalho dedicados, 18 salas de reuniões, sala de cinema e um terraço que, em breve, contará com piscina, o Idea Spaces Saldanha é uma lufada de ar fresco para quem procura dias de trabalho mais produtivos e agradáveis.

Com diferentes ambientes que se adaptam aos vários momentos do dia, o cowork abre portas e multiplica possibilidades. Há phone booths para chamadas privadas, salas de reunião e auditórios para apresentações, espaços de descanso, copa equipada, serviço de bar e cantina.

Mal chegamos, percebemos que este não é um espaço impessoal. A receção é calorosa, os colaboradores estão disponíveis para esclarecer dúvidas e ajudar sempre que necessário, o que contribui para que o espaço faça toda a diferença.

Mais do que trabalho: uma filosofia de vida

O Chief Innovation Officer, Diogo Fabiana, faz questão de conhecer quem ali trabalha. Não será estranho cruzar-se com ele nos corredores e este contacto direto ajuda a criar sinergias entre freelancers e equipas.

Para este líder, o coworking é uma oportunidade para repensar a forma como trabalhamos e nos relacionamos no contexto profissional.

Para o CEO, o papel da Idea Spaces, "enquanto espaço de cowork", pode ir além do aluguer de secretárias e ferramentas de trabalho e contribuir para mudar o mundo do trabalho.

"Passamos oito horas por dia no trabalho", recorda. "Se não somos felizes aqui, dificilmente o seremos na vida pessoal", constata.

Assim, em 2024, a empresa decidiu começar a trabalhar para "mudar o mundo". Ainda que a ideia possa parecer utópica, o CEO acredita que a Idea Spaces pode contribuir para a mudança ao apresentar-se como exemplo.

Deste modo, a empresa aposta numa gestão horizontal, onde todas as ideias são bem-vindas, e implementa medidas que vão além das práticas habituais, como oferecer 25 dias de férias, "Zero Fridays" (duas sextas-feiras livres por mês) e programas focados no bem-estar físico e emocional.

Adicionalmente, a empresa desenvolveu um programa, o BeOkay, que procura tornal o local de trabalho mais seguro e inclusivo, especialmente para mulheres. A iniciativa aborda temas como menstruação e endometriose, promovendo flexibilidade e sensibilização.

"Felicidade não é só fazermos as pessoas sorrir", refere o líder. "Muitas vezes as pessoas confundem simpatia com empatia", explica. "Simpatia pode ser dar-te um café e oferecer-te uma boa cadeira e empatia será perceber as tuas necessidades para que possas desenvolver melhor o teu trabalho e ser feliz no Idea", finaliza.

O programa também contempla saúde mental, parentalidade e a promoção do desconforto — uma abordagem que valoriza o erro como ferramenta de aprendizagem.

"Isto não representa só um trabalho interno dentro da nossa empresa", salienta Diogo. "Enquanto espaço de cowork, trabalhamos com inúmeras empresas. Temos 390 empresas, 4 mil membros", indica. "Nós temos um papel, uma responsabilidade perante esta sociedade, porque temos a oportunidade que poucos têm que é a de inspirar a mudança", afirma.

"Estamos a trabalhar neste programa não só para mudar internamente, mas também para inspirar a mudança no tecido empresarial com quem contactámos", conclui.

Comunidade viva e pet friendly

O espaço é pet friendly e os companheiros peludos contribuem para uma atmosfera positiva e descontraída. Imagine estar concentrada a olhar para o monitor e, de repente, vê passar um cão com um osso — ou que lhe pede uma festa. Será difícil não sorrir.

O networking é estimulado de forma orgânica, através de pequenos-almoços de convívio, workshops, aulas de yoga, eventos culturais e momentos informais que ajudam a criar ligações. "Enquanto espaço de cowork temos que olhar para as pessoas e perceber as suas necessidades", reforça o líder. "As suas expetativas, as suas motivações. É esse conhecimento que nos permite mensalmente desenvolvermos as iniciativas".

"Temos experiências institucionais, mas também aquela humana", observa. "Por isso é que temos uma equipa dedicada à nossa comunidade para compreender o que quer, procura e fazer a ligação".

"A minha mãe dizia-me, diz-me como quem andas e dir-te-ei quem és e isso resume a nossa comunidade: se me disseres em que comunidade estás, eu vou dizer que tipo de profissional és".

O coworking do futuro

Para Diogo Fabiana, o coworking é apenas o ponto de partida para algo maior: inspirar mudanças na forma como as empresas tratam os colaboradores. O seu sonho é criar um tratado que una empresas em torno de objetivos concretos de inclusão, igualdade e melhoria salarial.

Enquanto isso, no Saldanha, quem lá trabalha continua a usufruir de um espaço que combina produtividade, conforto e inspiração com a promessa de, em breve, poder fazer uma pausa para mergulhar na piscina do terraço.