Oferecer um snack ao cão é um gesto comum entre tutores — seja como recompensa durante o treino, como reforço positivo ou como demonstração de carinho. No entanto, quando utilizados em excesso ou sem critério, estes mimos podem comprometer a saúde do animal.

Estudos indicam que cerca de 40% dos cães apresentam excesso de peso ou obesidade, sendo a sobrealimentação uma das principais causas. Muitos tutores subestimam o impacto calórico dos snacks, que, quando não contabilizados na porção diária recomendada, contribuem para o aumento de peso, perda de qualidade de vida e menor longevidade.

É fundamental adotar hábitos saudáveis desde cedo, sobretudo durante o período de crescimento, uma fase crítica para o desenvolvimento físico (necessidades nutricionais específicas, imaturidade do sistema imunitário e digestivo) e comportamental do cão (desenvolvimento cognitivo). É nesta etapa que se estabelecem as bases para uma vida adulta saudável e plena. Durante o treino, por exemplo, é possível utilizar o próprio alimento habitual como reforço ou optar por snacks específicos, com baixo teor calórico e enriquecidos com nutrientes benéficos. O importante é garantir que os prémios não ultrapassem 10% das necessidades calóricas diárias.

A atenção deve ser redobrada quando o cão segue uma dieta veterinária. A introdução de guloseimas não compatíveis pode comprometer os objetivos do plano alimentar e até agravar o quadro clínico. Por isso, é essencial que os tutores discutam com o seu médico veterinário assistente qualquer snack ou suplemento incluído na rotina alimentar.

Hoje, já existem no mercado snacks formulados para serem compatíveis com dietas veterinárias específicas, permitindo manter o vínculo com o cão sem comprometer a sua saúde.

Cuidar da alimentação do seu cão é um ato de amor. E isso inclui saber escolher — e limitar — os mimos que lhe oferece.