É muito difícil começar a análise deste mês de Agosto sem mencionar as vitórias que Portugal alcançou através das mais diversas modalidades e áreas de conhecimento e relacioná-las brevemente com a sua simbologia representada nos trânsitos de que falámos para o mês de Julho. Referi para o mês de Julho que seria “um mês com enfoque principal no signo de Caranguejo e no elemento Água, pelo menos até ao dia 22”, que “é tempo de sentir”, “de iluminar os recantos da casa de cada um, de cada pátria, de cada nação”, “mantermo-nos coesos internamente, ligados a todas as partes de nós mesmos, unidos”.
Vivemos uma espécie de “orgulho nacional” (Sol em Caranguejo) por descobrirmos que afinal temos pessoas de “valor cá dentro” (Vénus em Caranguejo), nas mais “diversas áreas de conhecimento e modalidades” (Mercúrio em Caranguejo). Vivemos uma espécie de “coragem colectiva” e de que “afinal somos capazes” (trígonos a Marte), uma espécie de “despertar da memória patriótica que une a todos através deste sonho que nos permite ser mais do que pensávamos”, e por momentos relembramos que “em tempos já fomos grandes” e aí mistura-se “o passado, com o presente, com o futuro” numa fé imensa de que “podemos curar o orgulho ferido” (trígonos a Neptuno e Quíron) como se todos os dias da nossa vida fossem vividos sem que por um segundo duvidássemos de que quaisquer que sejam as tempestades provocadas pelos ciclos do Tempo, “Eu construo uma casa iluminada e nela habito”… Condecorámos os nossos “Heróis” e sentimo-nos como que abençoados no meio de todo o Caos pelo qual o mundo (ainda) vive…
E a Água realmente tem destas coisas, junta-se tudo muito bem, unem-se as qualidades de todos os “ingredientes” e no final teremos o “bolo” depois de tudo muito bem misturado e envolvido numa massa uniforme, bem coesa… E por momentos (talvez alguns dias) sentimo-nos “ingredientes” de um mesmo “bolo”, não existem diferenças entre cada um de nós, tanto é presidente, embaixador, jogador, ou “zé-povinho”, dissolvem-se os estratos sociais, as distâncias entre sortudo e desgraçado, as inconstâncias entre alegrias e frustrações. Amamos o nosso país e uns aos outros como já de há tempos não tínhamos memória porque nesta casa iluminada, “para onde quer que a vida me leve, há sempre um espaço onde o Sol brilha, onde me sinto abrigado e onde nunca falta “comida na mesa”, o Amor” (ainda estamos a relembrar as nossas impressões dos trânsitos referentes a Julho, falamos de Caranguejo e há sempre mais uma memória para arrancar do baú). E é verdade, não se pode negar, que tudo isto tocou o mundo, mas aos portugueses tocou de forma muito pessoal, afinal somos um país com Identidade Peixes (Sol) e Ascendente em Caranguejo, assim é a Alma Portuguesa… e é esta memória que na Alma ainda reside (dos portugueses e do mundo) que deve ser despertada, a única que permite a verdadeira União Amorosa que não distingue entre “clubes” e “pátrias” mas que a todos abre as portas da “sua casa iluminada” para abrigar, alimentar, confortar quem quer que dela necessite. Porque passada a febre da glória e das medalhas, voltamos para o mundo real em que ainda existem crimes e atentados à Alma de todos nós. Esquecem-se as diferenças e sentimo-nos mutuamente na verdadeira dor e sofrimento.

Bom, mas da memória já ninguém nos tira a “Glória”, e é tempo de deixar para trás o passado e pensar no que podemos fazer a partir de agora. Passemos ao mês de Agosto.
Durante este mês de Julho ouvi a seguinte declaração do Papa Francisco: «o mundo vive em guerra, mas não é uma “guerra de religião”. Há guerra de interesses, há guerra por dinheiro, há guerra pelos recursos da natureza há guerra pelo domínio dos povos. Nós de todas as religiões queremos a Paz.» E nesta frase vemos novamente a quadratura Neptuno em Peixes com Saturno em Sagitário que se intensifica ao longo deste mês, e que como já foi referido nos relatórios de outros meses, mantém-se até Outubro. Mostra a ilusão que ainda existe por detrás das nossas crenças que são os de determinada religião que espalham o terror pela terra. É preciso refinar a forma como vemos e interpretamos as informações e os factos. Há um problema real mas a causa não é tão superficial como aparenta. Só assim conseguiremos agir de forma diferente que no passado, reescrever a história das nossas batalhas. A própria palavra “religião” significa “religar a Deus”, porque a verdadeira intenção de qualquer credo é o Amor. É a índole de cada um de nós que deforma ou activa o princípio de cada religião. É a real fonte das nossas devoções que dá forma ao nosso credo. É tempo de darmos mais uns passinhos no sentido de sairmos da cegueira e da ilusão de acreditarmos que é a religião que faz a guerra… Porque o caos resulta exactamente deste medo que ainda temos dificuldade em objectivar, e que reside numa memória colectiva que remonta à época das Cruzadas (e mais atrás), período durante o qual cometeram-se os mesmos equívocos por meios diferentes. Esta quadratura reflecte igualmente um caos que se instala pela falta de fé, pelo desespero. Ainda julgamos que rendermo-nos à vida significa abdicarmos das nossas responsabilidades (a primeira permite aceitar e dar seguimento ao trabalho para mudar a nossa vida, a segunda corresponde à vitimização que boicota qualquer iniciativa a essa mesma mudança).
E por falar em guerras e batalhas, Marte ingressa em Sagitário no dia 2 de Agosto, depois de um longo período retrógrado e no signo de Escorpião. Esta vai ser uma passagem que requer da Humanidade um esforço acrescido para que o caos não aumente. Será um período de enorme tensão com Marte a fazer quadratura a Vénus (de 5 a 9), conjunção a Saturno (de 19 a 28) e quadratura a Neptuno (de 21 a 30). Em trânsito Marte funciona como “gatilho”, ele activa as energias presentes na tensão entre estes planetas manifestando exactamente a forma pela qual ela é filtrada pela nossa Consciência. É neste último ponto que reside a chave que vai definir a qualidade das energias manifestas (e que tem ligação ao que falámos anteriormente). Ao tocar esta configuração, Marte pretende que tomemos uma decisão sobre o sentido que queremos seguir. Desejavelmente este posicionamento permite-nos a oportunidade de “sair do buraco” e de dar novos voos, de tomar iniciativas mais visionárias para que possamos encontrar um novo rumo dentro da confusão e do caos que está instaurado. Agir de forma a estruturar uma Consciência colectiva de maior União, lutar por uma estrutura social mais inclusiva e consciente das suas ilusões separatistas. Afinal, Marte reingressa em Sagitário após a sua estadia em Escorpião durante o movimento retrógrado. É suposto termos feito a nossa purga e conseguirmos agir de forma mais descondicionada.

Pela negativa, é como se nunca tivéssemos emergido das águas de Escorpião e o risco aqui é transportar todo o equívoco de sobrevivência e filtrá-lo pelo fogo do Sagitário. Torna-se na acção cega guiada pelo fanatismo que ataca tudo o que se opõem às necessidades de domínio e conquista. É entrar em guerra sem termos a noção das consequências e sem conseguir definir os limites para um tipo de devoção tóxica e auto-destrutiva.
Teremos de ser capazes de lutar contra os nossos próprios vícios, desenvolvendo a disciplina que nos permite sacrificar e transcender os desejos da nossa personalidade, que nos prejudicam individualmente e aos outros.
O Sol ainda permanece em Leão até 22 de Agosto, mas Vénus ingressa em Virgem a 5 de Agosto e Mercúrio permanece em domicílio durante todo o mês iniciando movimento retrógrado a partir do dia 30 a 29º de Virgem (tema a ser desenvolvido por essa altura).
Durante a primeira semana de Agosto Sol e Vénus fazem trígono a Saturno, e de 15 a 19 Sol faz trígono a Úrano permitindo uma facilidade em consolidar novas parcerias, projectos pessoais, e estar atento àquela oportunidade para reinventar algo nas nossas relações e em nós mesmos. Assumirmos responsabilidade por simplesmente nos assumirmos na nossa diferença e deixarmo-nos surpreender pelas mudanças que essas decisões possam trazer. Trazer Consciência sobre o passado e o que queremos para o futuro, criando uma ponte fluída entre estes dois momentos.
E apesar de Júpiter já se encontrar afastado do T-Square entre Saturno e Neptuno, Vénus e Mercúrio vão transitar estes pontos durante o mês de Agosto. Mercúrio faz quadratura a Saturno de 5 a 8 de Agosto e Vénus entre 12 e 15. Mercúrio faz oposição a Neptuno de 6 a 9 e Vénus de 13 a 17. Vamo-nos ver forçados a objectivar e a organizar a vida apesar da confusão em que tudo se desenrola. Esta será uma energia que restringe e traz constrangimentos à expressão de Marte em Sagitário, obrigando a uma maior análise, ponderação, atenção aos detalhes para aperfeiçoarmos o sistema em que vivemos. Sentiremos o impulso para agirmos sem coordenadas, à confiança e sem um rumo certo, apenas ávidos por explorar e nos afirmarmos nesse novo caminho que queremos percorrer, mas seremos forçados a lidar com a realidade dos factos. Podemos ver-nos a abrir novas áreas de conhecimento que ampliem a nossa capacidade de trabalho e ao nível colectivo podemos mesmo falar de novas leis que pretendem trazer a ordem ao caos instaurado (desejavelmente). De 19 a 31 de Agosto Mercúrio encontra-se com Júpiter em Virgem, com Vénus entre 27 e 31 e tanto Mercúrio como Vénus fazem trígono a Plutão de 9 a 13 e de 17 a 20 (respectivamente), e estes contactos podem abençoar a nossa capacidade de vermos soluções práticas para optimizar os nossos recursos pessoais e para aperfeiçoar as nossas relações pessoais e sociais. Pode igualmente favorecer a verdadeira intenção de prestar serviço aos que mais necessitam, usando a força de Marte em Sagitário para arriscar por novos caminhos, a energia de Saturno para consolidar essas ideias na estrutura de cada um e na estrutura social, a inspiração de Neptuno para dissolver as diferenças, para percebermos que tudo o que fazemos num ponto tem efeito no mundo inteiro e trabalhar em direcção à União. Pela negativa pode aumentar o sentido de crítica e de separatividade, relacionando-nos com os outros a partir da mente analítica, agindo de forma a construir maiores estruturas de defesa e ataque por devoção aos medos da personalidade, lutando pelas suas crenças e ideologias, promovendo ainda mais o isolamento.
Estas relações planetárias pretendem reforçar a necessidade de deitar por terra as nossas defesas para que possamos colocar-nos em causa e ter a humildade de ver (com recurso a lupa porque Júpiter ainda está lá para expandir os detalhes) onde é que a vida ainda não funciona e porquê! Mas se acreditarmos que somos apenas vítimas da confusão o foco da análise não está ainda direccionado para o sítio certo, porque continuaremos a lutar com inimigos imaginários, porque na realidade não nos apercebemos que ele está dentro de nós e somos nós mesmos disfarçados através das nossas “boas intenções”, certezas, verdades e preconceitos. Ajuda ao desenvolvimento do processo, esquecer o que acreditávamos e pura e simplesmente olhar para o interior de nós mesmos sem julgamentos e atitudes defensivas para que possamos trabalhar sobre as nossas “peças estragadas”.
Vamos experimentar começar de novo…

Sobre Ana Paula Pestana:
Ana Paula Pestana sempre desenvolveu a sua actividade académica e profissional na área das ciências, mas a sua busca espiritual e o interesse pelos símbolos levou-a a mudar todo o sentido e orientação que sua vida tinha até então. Aconteceu no dia em que assistiu à sua primeira aula de astrologia no Quíron com Maria Flávia de Monsaraz, em 2006. Desde então completou vários estudos em astrologia passando igualmente pela Faculty of Astrological Studies (Londres) e pelo AlmaSoma (Instituto de Transpessoal) para o desenvolvimento de ferramentas ligadas à psicologia e à espiritualidade. Desenvolve o seu conhecimento e prática astrológica (em consultas, formação, palestras e workshops) com base nos princípios do esoterismo porque, no seu entender, a astrologia é mais do que um conhecimento, é uma filosofia de vida que a fez sentir-se em Amor com a Vida. Paralelamente desenvolve um projecto de ensino em astrologia e desenvolvimento transpessoal em conjunto com a AlmaSoma (Instituto de Transpessoal) que terá início em Setembro de 2016 e que oferece ao estudante de astrologia uma estrutura de ensino profunda e completa (consulte o seu blog para mais informações).
Contactos:
Ana Paula Pestana
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ASCENDENTE, Astrologia para um Desenvolvimento Consciente ® - www.ascendentt.wordpress.com
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