É no silêncio da natureza, numa aldeia transmontana que parou no tempo, que o Casas Novas Countryside Hotel Spa & Events acolhe os que elegem este luxuoso hotel rural para uns dias de lazer e evasão. O novo restaurante e o novo spa, inaugurados no início de 2022, são apenas dois dos muitos motivos de interesse desta pitoresca unidade hoteleira, o projeto de vida de Fernando Moura, um empresário natural de Cortiço, uma aldeia vizinha de Casas Novas, que viveu nos Estados Unidos da América.

Em 1999, durante uma visita à terra natal, descobriu, por acaso, um solar do século XVIII, construído em 1749, que pertenceu ao segundo conde de Penamacor, António de Saldanha Albuquerque e Castro Ribafria, que casou com uma transmontana. Situado numa área com solos férteis, muita água e um microclima propenso à vinicultura e à fruticultura, foi o edifício principal de uma propriedade agrícola que chegou a produzir 150 pipas de vinho e 40.000 quilos de peras e maçãs.

"É um exemplar perfeito da arquitetura barroca", orgulha-se o atual proprietário, que se enamorou pelo solar antigo assim que lhe pôs os olhos em cima, apesar do estado de degradação em que se encontrava. "Esteve abandonado durante muitos anos. Tinha sido vendido a um português que regressou do Brasil com uma grande fortuna. Como não tinha filhos, foi doado à Santa Casa da Misericórdia. Esteve na posse deles mais de 100 anos", recorda Fernando Moura.

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Foi pelos claustros que hoje encantam os hóspedes do Casas Novas Countryside Hotel Spa & Events assim que transpõem os portões da unidade hoteleira que o empresário se apaixonou há mais de 20 anos. "Foi amor à primeira vista. Foram eles que fizeram esta loucura acontecer", garante. Em 2008, após cinco desafiantes anos de obras de recuperação, conseguiu finalmente abrir o hotel rural que idealizou, na altura com apenas 20 quartos. A legislação vigente não lhe permitia mais.

Atualmente, além de uma piscina exterior e de uma piscina interior, conta com 34 habitações, um restaurante e um spa, num novo edifício que tem uma ligação direta ao antigo solar, classificado como monumento de interesse público pelo Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR). Na ala nova, são 27 os quartos, repartidos por dois andares. Os restantes, em torno da antiga cozinha, agora biblioteca, vão ser renovados e modernizados a partir de 2023.

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Os dois blocos simétricos unidos por um claustro secular, construído de forma a conseguir tirar maior partido da exposição solar nos dias soalheiros, são a alma do Casas Novas Countryside Hotel Spa & Events. Localizado na rua principal da aldeia transmontana que lhe dá nome e que convida a passeios relaxantes, é também o ponto de partida para a exploração das paisagens campestres envolventes. Além de urze, pode apanhar giesta, carqueja, alfazema e/ou folhas de eucalipto.

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Pode, depois, levar os ramos de ervas colhidos aos massagistas do spa, que os misturam com óleos vegetais biológicos e aplicam durante as massagens (muito) terapêuticas. Este novo espaço, que também pode ser usufruído pelos que não pernoitam no hotel, é outro dos orgulhos de Fernando Moura. "Temos três salas de tratamentos e uma de relaxamento e todas elas têm vista para a natureza", orgulha-se o empresário. A ligação à terra e às quatro estações do ano é uma das premissas do centro de bem-estar da unidade hoteleira transmontana.

"Na primavera, apostamos em massagens com ervas autóctones. No verão, montamos as marquesas no exterior e tiramos partido da paisagem e do bom tempo. No outono, faremos tratamentos com vinho. No inverno, estamos a pensar fazer as de pedras quentes", anuncia o antigo emigrante. Nos arredores, para além de Chaves e das aldeias antigas, há restaurantes que vale a pena experimentar, como é o caso do Míscaro e do Casa do Capador, conhecido pelo leitão bísaro.

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Outro dos pontos de passagem obrigatórios, nas proximidades do Casas Novas Countryside Hotel Spa & Events, é a pitoresca Quinta de Arcossó, o sonho de outro homem da região, o empresário e vitivinicultor Amílcar Salgado. Foi ali, num vale com uma grande amplitude térmica, que decidiu iniciar um projeto de produção de vinho e de azeite que tem sido muito elogiado. "Fiz tudo de raiz em 2001", orgulha-se o produtor nortenho, defensor de uma enologia autêntica e minimalista.

Os néctares que produz e comercializa são o acompanhamento perfeito para o bacalhau à viscondessa do Rosário e o cordeiro dos lameiros do Barroso grelhado, duas das especialidades que o renovado restaurante do hotel de Fernando Moura serve. Com vistas encantadoras para montes e vales, este estabelecimento de restauração, aberto todos os dias, privilegia os produtos tradicionais da região, como é o caso da famosa alheira, presente em várias confeções gastronómicas.

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