Determinado e confiante, "ressuscitado e mais forte que nunca", como escreveu na primeira publicação que fez nas redes sociais depois de ter tido alta do Hospital Garcia de Orta, em Almada, onde esteve internado mais de dois meses, Ângelo Rodrigues inicia hoje um plano de fisioterapia para readquirir a função da perna esquerda, a mais afetada pela infeção generalizada que o colocou às portas da morte aos 31 anos.

Inativa durante mais de oito semanas, a perna do ator e cantor, que entretanto fez 32 anos, perdeu massa muscular e tecido celular subcutâneo. Para que o músculo não atrofie, Ângelo Rodrigues, que chegou à casa que partilha com amigos na Charneca de Caparica de muletas, enfrenta agora um processo de reabilitação moroso e sem garantias. "É difícil dizer se recuperará a 100%", alerta, no entanto, Nuno Anjinho.

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"Em teoria, isso é possível, mas tudo depende da pessoa e do ambiente social, psicológico e familiar em que se encontra", explicou o fisioterapeuta hospitalar em declarações ao jornal Correio da Manhã. "Para já, o importante é perceber se o músculo ficou afetado", esclareceu Ana Silva Guerra, médica especialista em reconstrução plástica, à revista TV Guia. "O andar pode ficar diferente, é verdade. O corpo vai estar diferente depois de tanto tempo numa cama de hospital. A fisioterapia, nos dias de hoje, corrige muitos problemas, mas se a área afetada for grande [será mais difícil]", vaticina. "As cicatrizes ficam", refere a especialista. "Dores, certamente, irá ter", garante ainda a médica do Hospital de São José, em Lisboa.

"O tempo de reabilitação vai ser exigente", confirmou à TV 7 Dias uma médica, que não quis, todavia, ser identificada. "Vai ser difícil voltar àquilo que era", antecipa Biscaia Fraga, cirurgião plástico. "Não é possível voltar à origem primitiva. Podem disfarçar-se mas há cicatrizes que é quase impossível apagar", adverte mesmo o ex-diretor do Serviço de Cirurgia Plástica Reconstrutiva e Maxilo-Facial do Hospital Egas Moniz, em Lisboa.

Para além de quatro cirurgias para limpar e remover tecidos mortos do lado esquerdo do corpo do ator, na sequência de uma infeção generalizada provocada por uma injeção de testosterona, o artista foi também submetido a duas operações de reconstrução durante o tratamento. "Vai ser obrigado [agora] a reposicionar-se no mundo", esclarece a endocrinologista Sílvia Saraiva. "A alimentação tem de ser muito equilibrada", ressalva ainda.

Ângelo Rodrigues, nascido no Porto, a 9 de setembro de 1987, estreou-se na televisão portuguesa com a telenovela "Doce fugitiva", exibida pela TVI entre outubro de 2006 e setembro de 2007 e reexibida entre fevereiro de 2013 e junho de 2014, mas foi na quinta temporada da série "Morangos com açúcar" que ganhou mediatismo. As viagens são, a par da música e da representação, outra das suas grandes paixões.