Foi em maio do ano passado que Liliana Oliveira - que trabalha no balcão do Centro de Saúde de Moscavide - viveu uma situação "muito complicada".
"O atendimento ao público é complicado, é preciso sabermos lidar com o outro e sabermos falar mais baixo que o utente quando está alterado, porque uma ação gera uma reação e as coisas acabam por ficar muito intensificadas", começou por desabafar no 'Júlia', da SIC, contando depois a história.
"A senhora queria uma consulta para [pedir] uma baixa médica e nós não tínhamos vagas, porque o nosso sistema de saúde, infelizmente, está com alguns défices. [...] Foi-lhe sugerido que viesse no dia a seguir e a senhora disse que não. Alterada, aos gritos, sentou-se na sala de espera do centro de saúde como se estivesse num café, a fumar. Foi-lhe solicitado que saísse e ela disse que não", disse a ex-concorrente do 'Casados à Primeira Vista'
"[...] Apaguei-lhe o cigarro com a minha mão e a senhora, num ato de loucura, levantou-se aos murros e pontapés - fiquei com uma lesão na perna, tive de ser assistida no Instituto de Medicina Legal", relatou.
"Aos gritos, [ela] disse nestas palavras: 'Oh p*** de um cab***, mato-te já aqui. E foi à mala - a sala de espera cheia de grávidas, crianças e outros utentes -, tirou uma faca e quando estava dentro do balcão a ligar para a polícia, ela entrou dentro o balcão, abriu a faca e encostou-me ao pescoço. Foi o tempo de a minha colega me puxar para trás e a faca descer. Foram segundos. A polícia do outro lado - estávamos ao telefone - ouviu tudo e foram muito rápidos na atuação", continuou.
"Foi uma situação muito complicada. Mas mais complexo foi o que veio a seguir. A senhora foi encaminhada ao serviço hospitalar para receber atendimento - que em meia hora foi atendida e teve alta. [...] Pelo que percebi agora com a atuação do Ministério Público, a avaliação que lhe foi feita, [a senhora] não tem problema psicológico algum. Tanto não tem que teve a capacidade de criar uma página de Facebook a anunciar a minha morte e enviou-me, com a data em que me iria tirar a vida, [criou] duas contas de Instagram onde me fez ameaças de morte", partilhou ainda.
"O cúmulo de tudo isto é que a mim é que me foi solicitado pelas autoridades que mudasse de residência, que não andasse na rua sozinha e que procurasse proteção", contou.
"A senhora é auxiliar de ação educativa, trabalha com crianças na escola da minha filha mais nova e mora a menos de um quilómetro de mim. E ainda não temos julgamento marcado", acrescentou, referindo também que informou a escola, que "tomou as medidas que deveria tomar". "Sei que até agora ela não estava, não sei se foi colocada noutro serviço ou não, mas o facto é que ela trabalha com crianças", explicou.
Liliana Oliveira revelou também: "A advogada desta cidadã contactou-me em dezembro para me dar conhecimento que a pessoa em questão reconhecia tudo aquilo que tinha feito, mas que me pedia para chegarmos a um acordo e não avançar com o processo em tribunal, comprometendo-se a fazer-me um pedido de desculpa e resolvíamos o assunto. Não aceitei e não foi só por mim. As pessoas têm de ser penalizadas pelos seus atos, têm de saber que têm de ter consequências as atitudes que têm, principalmente na gravidade que são. Porque hoje estou aqui, mas se a minha colega não tivesse chegado a tempo, se calhar não estaria".
Veja aqui esta parte da conversa de Liliana Oliveira com Júlia Pinheiro.
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