A jogadora de 13 anos da equipa de sub-16 do Clube de Basquetebol de Tavira foi no passado domingo impedida de defrontar o Imortal Basquetebol Clube de Albufeira por recusar-se a despir uma camisola que tinha vestido por baixo do equipamento.

A notícia é avançada pelo Jornal de Notícias (JN) e dá conta de que Fatima Habib acabou por assistir à partida no banco, depois de fugir para o balneário, onde diz ter chorado e rezado.

A adolescente de origem paquistanesa não foi contestada por causa do lenço, nem dos collants, mas a equipa de arbitragem não aceitou o argumento de que, por causa da religião, não poderia expor os braços.

O treinador e subdiretor do Agrupamento de Escolas D. Manuel I de Tavira, André Pacheco, destacou a qualidade desportiva da jogadora e considerou a atitude "inaceitável".

André Pacheco coloca a hipótese de que a chegada de um observador junto à mesa de oficiais precipitou a decisão, já que a equipa de arbitragem poderá ter receado infringir as regras.

Ao JN, a jovem contou ainda que já tinha passado por outras ocorrências do género.

Ouvido pelo referido jornal, o presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Basquetebol alegou que a jogadora trazia um lenço "pendurado" que lhe tapava o número da camisola nas costas.

António José Coelho argumentou também que Fatima Habib não trazia "mangas de compressão nos braços, mas uma camisola que as outras jogadoras também não estavam autorizadas a usar".

O ex-árbitro internacional acrescentou que "não há equipamentos para uma religião e para outra".