Para demonstrar a falta de condições da escola, os alunos almoçaram sentados no chão, em frente à escadaria principal do parlamento. Os alunos da escola artística lisboeta gritam palavras de ordem como “Assembleia egoísta é a morte do artista”, “comemos no chão graças à corrupção” ou “Arroio unida jamais será vencida”.

Segundo a associação de estudantes, existem apenas sete micro-ondas para cerca de 1.300 alunos e não há um refeitório onde consigam sentar-se para comer.

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Por isso, acabam “por comer na rua” e muitas vezes nem aquecem o almoço que levam de casa porque “as filas são de 40 minutos” para usar os micro-ondas, quando têm uma hora de almoço, contaram os alunos.

Assembleia egoísta é a morte do artista. Comemos no chão graças à corrupção

Xavier Lousada, aluno do 12.º ano e presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária António Arroio, afirmou à Lusa que houve a necessidade de protestar “porque existem muitos problemas que estão relacionados com as obras”, que “começaram há oito anos, mas estão paradas há seis”.

Como são os almoços nas escolas no resto do mundo?
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Além das palavras de ordem entoadas, os alunos exibiram também cartazes, onde se lia “obras já” (onde a letra ‘o’ estava feita com um prato, garfo e faca), “1.300 alunos, sete micro-ondas”, “não vamos calar até a obra acabar”, “não vamos ficar calados”, “mãos à obra” e “não vamos parar”.

Uma das alunas exibia mesmo um cartaz onde dizia estar “farta de calos no rabo” por ter de comer sentada no chão, pedindo por isso o “refeitório já, sff” (se faz favor).

No início deste mês, a líder do CDS-PP considerou incompreensível o atraso das obras na escola artística António Arroio, em Lisboa, paradas há sete anos, quando há dinheiro, “e bem”, para apoiar outras iniciativas.

A líder centrista lamentou não haver vontade do Ministério da Educação para "acabar uma obra de três milhões de euros".