Nos telhados típicos de Paris, recriados para a ocasião no museu do Grand Palais de Paris, as modelos saíram como de costume no final do desfile para apresentar novamente a coleção.

Foi quando uma mulher entre o público - identificada como a humorista francesa Marie Benoliel - correu pela passerelle vestida um casaco de tweed, botas, chapéu e mala, e começou a desfilar com as mãos na cintura.

As modelos que estavam atrás continuaram a andar imperturbáveis.

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A intrusa percorreu boa parte da passerelle e, finalmente, foi a modelo americana Gigi Hadid, que participava no desfile, que a conduziu para fora do local.

Embora poucos convidados parecessem perceber a situação, já que a maioria estava a gravar o desfile com os seus telemóveis, Vanessa Friedman, crítica de moda do New York Times, postou as imagens na sua conta do Twitter.

"Não foi premeditado"

"Não foi premeditado", disse à AFP uma porta-voz da Chanel, mas "não faremos um drama sobre isso".

Ela explicou que a mulher foi "escoltada mais tarde até a saída pela segurança".

De acordo com um vídeo publicado no canal do YouTube de Benoliel, também conhecida como Marie S'Infiltre (Marie infiltra-se), a comediante já se tinha infiltrado na semana passada no desfile da marca de lingerie Etam.

"Em comparação, o desfile da Etam não foi nada", escreveu Benoliel no Instagram, juntamente com a notícia da sua invasão na Chanel.

Entre os convidados dos desfiles da Chanel costumam estar celebridades, líderes empresariais e críticos de moda conhecidos. Para entrar, é preciso um convite e um cartão de identidade.

Neste desfile, figuravam entre os convidados na plateia a rapper americana Cardi B, a estrela de K-Pop Jennie e a editora da Vogue Anna Wintour.

A próxima coleção primavera-verão apresentada pela diretora artística Virginie Viard foi marcada pela nostalgia da cidade parisiense da década de 1960.

Viard, que assumiu o comando da empresa após a morte de Karl Lagerfeld em fevereiro passado, optou por apresentar mil e uma versões do clássico casaco de tweed, querendo imprimir um estilo sofisticado e feminino.

Nesta semana da moda, Celine também recuperou a imagem da burguesa parisiense para a sua nova coleção. Propôs "jeans" e calças culotte típicas da década de 1970 que combinam com blusas com laços e óculos escuros aviador.

O seu diretor artístico, o influente estilista francês Hedi Slimane, disse que queria definir assim "a parisiense neoburguesa".

Louis Vuitton, a nova Belle Époque

A maratona de desfiles de prêt-à-porter terminou esta terça-feira com o desfile da Louis Vuitton, outra marca que mergulhou na história de Paris, querendo inaugurar uma "nova Belle Époque", um período em que a capital francesa era "puro encanto", segundo um comunicado.

Com um vídeo da cantora escocesa transexual Sophie ao fundo, as modelos apresentaram no pátio do museu do Louvre uma coleção que combina estampados, exibe cores vivas e lantejoulas, sem sair do marco elegante e sóbrio característico da marca de luxo.

As saias são curtas com folhos, os ombros marcados, os sapatos de salto são usados com meias até o joelho e algumas modelos usavam uma flor na lapela.