Numa era de influência digital, Mariana Machado refere que as tendências continuam a ser ditadas pelas grandes casas de moda mas que, nos dias que correm, estas também já dividem espaço com um novo player: a figura do influencer e “por quem influencia a sua comunidade.”

Questionada sobre como podemos definir um trendsetter, a empresária portuense responde. “É alguém que corre riscos, que fala a verdade, que é autêntico, que comunica bem e sabe muito bem com quem está a falar.”

O stylist e empresário Luis Borges — que já pisou as passerelles de inúmeras Semanas da Moda Internacionais — salientou a importância de sermos autênticos dentro e fora do digital e não termos medo de romper com as normas na hora de nos vestirmos. “Graças ao TikTok as pessoas são todas iguais, não consegues ver identidade online, e eu gosto de marcar pela diferença”, diz.

Ao falar da indústria da moda, o modelo salienta uma questão importante — e que ainda tem muito para melhorar — a representação de diferentes tipos de corpos e a diversidade de tamanhos em cima da passerelle. “A moda nem sempre foi motor de inclusão. Foi o público que conseguiu isso”. O modelo dá o exemplo da marca Victoria's Secret que se viu obriga a reinventar-se — ainda que não da melhor maneira — devido à falta de diversidade e inclusão. “Devia ser obrigatório nas Semanas da Moda Internacionais existirem cinco modelos plus size e cinco modelos transgénero.”

Sobre as tendências de moda, Mariana Machado considera fundamental acrescentar valor ao seu conteúdo e de “criar algo diferente do que está a acontecer”. Para si, a maneira como os influencers reinterpretam as tendências e as adaptam ao seu estilo pessoal é aquilo que os transforma em trendsetters e, em última instância, os destaca da concorrência.

Questionados sobre se se vestem para si ou para a fotografia quando começam o dia, Luís Borges, Bruno Casanova e Mariana Machado escolhem a primeira opção. “Eu sempre fui esta pessoa. Não sou uma persona. Eu ando assim no dia a dia”, diz a portuense.