Em setembro último a Douro Sogrape fazia anúncio da chegada ao mercado de um mítico entre os vinhos nacionais. Outubro traria a 20ª edição de Barca-Velha, néctar com assinatura da Casa Ferreirinha e do enólogo Luís Sottomayor. Lançamento já antes anunciado para maio do presente ano. Um vinho da colheita de 2011 que, de acordo com a casa duriense “está a revelar-se mestre neste ofício”.

“Perante a dificuldade em extrair as rolhas originais das garrafas, a Sogrape decidiu rearrolhar toda a produção de 75cl de Barca-Velha 2011, procurando com isso preservar a longevidade do vinho e proteger a sua notoriedade”, sublinha a mesma fonte em comunicado.

“Contudo, como medida de precaução e como recomendam as boas práticas enológicas, este processo exigiu à empresa a coragem de adiar para depois de 2020 a entrada de Barca-Velha 2011 no circuito comercial, por forma a garantir que o vinho expresse em pleno o seu tradicional bouquet”.

“Ao longo dos próximos meses, e como habitualmente acontece com todos os Barca-Velha, a equipa de enologia Douro da Sogrape monitorizará atentamente a evolução do vinho para poder assegurar uma decisão confiante e definitiva relativamente a esta colheita”, lemos em comunicado.

Quanto ao vinho, o Casa Ferreirinha Barca-Velha 2011 define-se, nas palavras do seu atual criador, “como um leão, nobre e valente. Um vinho cheio de garra, que se doma a si próprio. Reflete na perfeição o terroir do Douro Superior e uma notável maturidade só ao alcance de alguns vinhos”.

Um néctar que, no que respeita a notas de prova, apresenta “cor rubi profunda, aroma muito complexo, com destaque para as especiarias como a pimenta, as notas balsâmicas, cedro e caixa de tabaco, frutos vermelhos, como a ameixa madura, ardósia e uma madeira de grande qualidade, bem integrada. Na boca tem uma acidez vibrante, muito viva, taninos muito firmes, notas de especiarias, frutos pretos e sabores balsâmicos. O final é extremamente longo, de grande elegância e complexidade”.

Este vinho, apesar de pronto a consumir, tem um longo potencial de guarda e evolui positivamente em garrafa que deverá ser mantida deitada. Um vinho que terá o seu apogeu dentro de 15 a 20 anos após a colheita.

Até ao presente são as seguintes as colheitas lançadas de Casa Ferreirinha Barca-Velha: 1952, 1953, 1954, 1955, 1957, 1964, 1965, 1966, 1978, 1981, 1982, 1983, 1985, 1991, 1995, 1999, 2000, 2004, 2008 e 2011.


Imagem disponibilizada por Lift Consulting.