A iniciativa resulta da campanha “Um capacete para a Ucrânia” e conta também com o apoio de empresas privadas que para o efeito emprestaram à Liga um camião porta-carros e as três galeras que serão acopladas aos semirreboques de diferentes corporações para transportarem o material de menor porte.

Víctor Machado, vice-presidente do conselho fiscal da Liga dos Bombeiros Portugueses e comandante dos Bombeiros Voluntários de Vale de Cambra, onde está centralizada a operação logística do distrito de Aveiro, adiantou à Lusa: “Duas ambulâncias já estão em viagem, mas agora vamos mandar mais oito, além de capacetes, casacos, equipamentos de proteção individual para intervenção em catástrofes e material pré-hospitalar para socorro no imediato, como ligaduras, soros, medicamentos, etc.”.

Todo o material com destino à Polónia, na fronteira com a Ucrânia, será “oferecido pelas próprias corporações de bombeiros”, que, no caso das ambulâncias, por exemplo, “disponibilizaram as que tinham em excesso nos seus quartéis e que, ao fim de algum tempo, acabariam por ser destruídas”.

Tanto no caso dos veículos como dos outros bens, o transporte vai ser assegurado por “bombeiros que se voluntariaram” para assegurar as funções de condutores na viagem e para ajudar nas operações de entrega.

A equipa envolvida nesta operação deverá contar com 10 operacionais, sendo que alguns permanecerão na fronteira polaco-ucraniana “uns 15 dias, para montarem o centro nevrálgico que vai garantir a distribuição correta do material doado”.

Víctor Machado espera que “isto possa ajudar” os bombeiros da Ucrânia, que “estão numa situação muito difícil e com dificuldades crescentes de intervenção, à medida que vêm escassear os consumíveis para intervir no apoio às vítimas”.

 A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.

O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a “operação militar especial” na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional, e a UE e os Estados Unidos, entre outros, responderam com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas para isolar ainda mais Moscovo.