Mesmo numa fase inicial ou de grau moderado, as varizes provocam sintomas desagradáveis como dores, mal-estar, pernas cansadas ou pesadas, e têm um impacto visual negativo causando, com muita frequência, problemas de autoestima que podem interferir gravemente na vida pessoal ou até na vida profissional das pessoas.

10 dicas médicas para estimular a circulação (e combater as varizes)
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Existem casos em que os pacientes têm apenas sintomas como dores, inchaço ou sensação de peso, mas não têm varizes visíveis. Nestas situações, devem na mesma consultar o médico.

O tratamento clássico, com cirurgia, recorre muitas vezes a anestesia geral e não é completamente curativo. Este método deve ser utilizado nos casos indicados, após estudo e observação pelo médico. Após estas cirurgias, e num prazo de aproximadamente 5 anos, uma percentagem grande de mulheres (cerca de 35 a 40 por cento) tem novas varizes. A variabilidade na percentagem depende de vários fatores, entre eles a carga genética. 

As melhores técnicas para travar as varizes
António Lúcio Baptista, cirurgião, e Neusa Tenreiro, enfermeira

Há vários graus de doença, desde situações clinicas graves, muitas vezes com úlceras ou problemas na pele e flebites, a casos que estão ainda numa fase muito inicial. 

Não há um tratamento standard. Há várias técnicas disponíveis e o melhor resultado é conseguido escolhendo o tratamento mais adequado para cada doente.

Como escolher o tratamento adequado?

 O programa Top Varizes é uma prática inovadora pela sua metodologia que combina duas ou mias técnicas, incluindo cirurgia, laser, escleroterapia e tratamento estético. Para o sucesso deste tratamento é essencial um diagnóstico correto, e é também essencial que o problema seja bem explicado ao doente, assim como as soluções disponíveis e os resultados esperados, não criando falsas expetativas.

Este cuidado de manter o doente informado e consciencializado para o problema, bem como para as soluções possíveis, tem permitido otimizar os resultados chegando a um grau de satisfação global de 92 por cento.

Como prevenir o agravamento e progressão da doença

Não estando totalmente esclarecido o mecanismo pelo qual as varizes ou dilatações patológicas das veias surgem em algumas pessoas, principalmente nas mulheres, há, no entanto, estudos que apontam para causas múltiplas, sendo o fator hereditário uma das causas predisponentes. 

Uma vez que a carga genética é incontornável e irreversível, devemos focar-nos em diminuir os fatores de risco. Esta diminuição dos fatores de risco é feita de várias formas, entre elas, controle do peso, exercício físico apropriado à situação clínica, uso de meias de contenção elástica, tratamento da pele, alimentação saudável e uso controlado de medicação hormonal. Pessoas que têm tendência para varizes devem ser conhecedoras da sua situação e disciplinarem-se para em casa tomarem cuidados específicos como, por exemplo, dormir com as pernas ligeiramente elevadas.

Com o verão à porta, interessa referir que há medidas a tomar no sentido preventivo, como hidratar o organismo, usar protetores solares, evitar exagero da exposição ao sol e recorrer ao médico antes de viagens de longo curso. A água fria proporciona alívio e o exercício ajuda a circulação e tonifica os tecidos. É importante ressalvar que as varizes devem ser preferencialmente tratadas antes do verão.

Se tem varizes e está grávida, deve conversar com o seu médico antes que os sintomas se agravem.

O futuro

Novos desenvolvimentos tecnológicos no laser e dispositivos médicos continuarão a trazer grandes vantagens para o tratamento da doença. 

O objetivo será sempre encontrar as melhores soluções para cada doente, combinando várias técnicas se for o caso, como acontece no Programa Top Varizes, com melhores resultados e menor incómodo possível para o paciente.

As explicações são do médico António Lúcio Baptista, especialista em Cirurgia Cardio-torácica e Vascular.