“Há cerca de cinco a seis semanas epidemiológicas nós estamos a acompanhar um certo aumento de forma consistente, embora em número não ainda tão expressivo dos casos de covid-19”, deu conta Ângela Gomes, em declarações à Lusa à margem da Conferência Internacional de Parceiros (CIP), que está a decorrer na ilha da Boa Vista.

A responsável sanitária lembrou que no histórico da pandemia da covid-19, cujo primeiro caso foi anunciado no país em 20 de março de 2020, não há uma estagnação ao longo dos períodos e nem uma sazonalidade.

Mas por causa do ligeiro aumento do número de casos nas últimas semanas, avançou que as autoridades de saúde já fizeram uma avaliação interna e já reuniram com todos os intervenientes envolvidos na gestão da pandemia, que receberam “de forma serena e tranquila” todas as orientações do novo alerta, para uma “preparação de rotina”.

“É atualização dos procedimentos, retoma da comunicação de risco, que é importante e que nós contamos muito com a comunicação social de uma forma pedagógica, serena e tranquila, para alertar a população de que há necessidade de termos uma atenção especial, retomarmos o uso de máscaras nos locais que ainda estão indicados pelas últimas recomendações, que são as estruturas de saúde e locais com muitas aglomerações e onde se fizer necessário”, indicou.

Apesar de considerar que os números não são de alarme, Ângela Gomes disse que estão a ser acompanhadas as questões relacionadas com os tipos de sintomas, para ver a possibilidade de estar a circular no país um outro subtipo de covid-19, mas avançou que os sintomas são leves.

“Nós temos que não deixar as coisas piorarem para depois agirmos, nós temos que agir em consequência, é isso que o Ministério da Saúde está a fazer, acionar todas as equipas e todos os recursos que já estão disponíveis no país, nós temos todas as condições de lidar com a covid-19, ainda como forma de rotina”, prosseguiu.

A diretora nacional de Saúde sublinhou ainda à Lusa que, nesta fase, não foram registados internamentos de forma preocupante e nem óbitos provocados pela doença.

“Mas, de toda a forma, com o aumento de casos a nível nacional, neste caso nos preocupa mais a cidade da Praia, que detém mais de 50% dos casos, nós já estimulamos as estruturas a testarem mais, pedimos a colaboração das pessoas, principalmente os contactantes dos casos para aceitarem o despiste também e tomarem todas as medidas de cautela e de prevenção”, terminou, pedindo também continuação da vacinação.

Cabo Verde tinha até quinta-feira 94 casos ativos de covid-19, de um total de 63.445 casos positivos acumulados desde março de 2020, dois resultaram em 62.883 casos recuperados e 413 óbitos.