O cancro oral representa hoje 2,8% de todos os cancros diagnosticados a nível global, registando-se já, aproximadamente 300 mil casos por ano, com um aumento expressivo de 25% na última década. Em Portugal, estima-se que surjam cerca de 1600 novos casos anualmente, sendo um dos cinco tumores mais frequentes no sexo masculino. Este cenário é agravado pelo facto de quase um terço da população não visitar o médico dentista regularmente, dificultando o diagnóstico precoce e, consequentemente, as probabilidades de cura.

A doença pode afetar diversas áreas da boca, como lábios, céu da boca, língua e espaço sublingual, gengivas e bochechas. Relativamente aos sintomas, os iniciais podem ser subtis e indolores, tais como manchas brancas ou avermelhadas (leucoplasia e eritroplasia), úlceras persistentes (aftas que não cicatrizam em duas a três semanas), nódulos ou massas endurecidas. Com a progressão da doença surgem sinais mais preocupantes e dolorosos, como mobilidade dentária, perda de sensibilidade, dificuldade em engolir (disfagia), dor de ouvidos e aumento dos gânglios linfáticos.

Conheça os sinais de cancro da próstata que muitos homens ignoram
Conheça os sinais de cancro da próstata que muitos homens ignoram
Ver artigo

Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, segundo o PIPCO – Projeto de Intervenção Precoce do Cancro Oral, a taxa de sobrevivência ao fim de cinco anos é de apenas 40%, o que espelha, uma vez mais, a urgência de se abordar este carcinoma.

Neste contexto, a Clínica Médis destaca algumas informações essenciais:

  • Fatores de risco: o tabagismo é o principal. Além deste, o consumo de álcool e uma exposição solar excessiva dos lábios podem levar ao surgimento de cancro oral.
  • Prevenção: as consultas regulares com o médico dentista permitem a identificação precoce de lesões suspeitas, aumentando significativamente as probabilidades de cura. É importante que o doente agende uma visita no caso de notar alguma alteração nas mucosas orais, que persista por mais de 15 dias, pois este pode ser um sinal de alerta.
  • Diagnóstico: observação clínica, seguido, caso necessário, de biópsia para exame histológico.
  • Tratamento: é planeado por uma equipa multidisciplinar e geralmente inclui cirurgia para remoção da lesão.

Recomendações:

  • Opte por uma dieta rica em frutas, vegetais e antioxidantes que promovam um sistema imunitário forte;
  • Visite o médico dentista pelo menos duas vezes por ano. O dentista desempenha um papel vital na prevenção, diagnóstico e encaminhamento para tratamento, sendo um aliado fundamental na luta contra esta tipologia de cancro.
  • Proteja os lábios da exposição solar;
  • Evite o consumo de álcool e o tabagismo.

O cancro oral é um carcinoma silencioso e oculto e os dados revelam a necessidade de continuar a sensibilizar a população para a importância do cuidado com a sua saúde oral. A adoção de hábitos saudáveis e a atenção aos sinais de alerta são fundamentais na prevenção deste tipo de cancro.

Imagem de abertura do artigo cedida por Freepik.