Em comunicado envido à agência Lusa, a ULSCB explica que a terapia larvar disponibilizada no Hospital Amato Lusitano (HAL) de Castelo Branco surge como uma importante alternativa de controlo local da infeção e remoção do tecido não viável, numa altura em que as resistências aos tratamentos tópicos e aos antibióticos são uma realidade e preocupação a nível nacional.

"A terapia larvar consiste na aplicação de pensos de larvas estéreis no leito da ferida, que de forma seletiva e rápida se alimentam dos tecidos não viáveis, permitindo a limpeza, o controlo da carga bacteriana e a diminuição dos níveis de exsudado, permitindo a evolução da ferida nas diferentes fases da cicatrização", lê-se na nota.

Apresenta-se como um método indolor, seguro, simples e eficaz na remoção do tecido não viável.

Esta terapia, cuja aplicação é pioneira na Beira Interior, foi iniciada pelo Serviço de Cirurgia Geral em colaboração e parceria com a Comissão de Prevenção e Tratamento de Feridas, em quatro utentes com feridas complexas, com resultados muito positivos.

"Os requisitos necessários para a sua aplicação [terapia larvar] implicam o consentimento informado e a necessidade de internamento do utente, de forma a permitir o acompanhamento dos diferentes casos", sublinha a ULCB.

É igualmente consensual, que qualquer que seja a ferida, a dor é um dos sintomas prevalentes e a remoção do tecido não viável "é o ato mais doloroso no processo de tratamento, com frequente necessidade da sua remoção em ambiente de bloco operatório".

As feridas complexas são aquelas que se prolongam no tempo, que não cicatrizam após quatro a seis semanas com terapêutica corretamente dirigida e surgem, sobretudo, em pessoas mais idosas, com importantes comorbilidades e com carácter recorrente.