Considerando a intensidade da fonte, a dimensão do espaço, o caudal de ar existente –  que possa atenuar a carga viral –, o uso ou não de máscara e o tempo de permanência previsto, o modelo informático consegue determinar a quantidade de vírus inalada no período de permanência nesse ambiente.

De acordo com o catedrático da FCTUC, esta ferramenta pode ser muito útil para a gestão de edifícios (escolas, escritórios, etc.), "pois consegue prever os mais diversos cenários, possibilitando assim a adoção de medidas para evitar o risco de contágio".

"Imaginemos uma sala de aula: sabendo a dimensão da sala, os alunos que vão estar presentes, a duração da aula e o caudal de ar no espaço, o simulador permite prever o nível de exposição a que cada utilizador vai estar sujeito em cada momento, o que permite tomar medidas para mitigar o risco, por exemplo, abrir janelas para renovar o ar ou reduzir o tempo de permanência na sala de aula", acrescenta o cientista na nota de imprensa da FCTUC.

A vantagem deste simulador, designado “COVID-19 - calculador da dose de exposição”, reforça o investigador, "é que simula simultaneamente as evoluções das concentrações do vírus e do CO2 metabólico, com base no conjunto dos fatores que são importantes na cadeia de transmissão da Covid-19, permitindo uma abordagem mais informada na tomada de decisões relacionadas com a gestão de edifícios e respetivos equipamentos".

O investigador tenciona agora adaptar o modelo a uma App (aplicação informática) simples e intuitiva, de modo a que qualquer cidadão possa utilizar esta ferramenta.

A pandemia de COVID-19 provocou pelo menos 1.775.272 mortos resultantes de mais de 81,5 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 6.751 pessoas dos 400.002 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.