Itália anunciou esta sexta-feira um aumento recorde de quase um milhar de mortes por coronavírus em 24 horas, um balanço que nenhum outro país alcançou até agora, segundo dados oficiais da Proteção Civil italiana.

O número total de mortes é agora de 9.134, mais 919 óbitos do que o número avançado na quinta-feira (8215). O anterior recorde estava fixado em 793 mortes.

Políticos e celebridades contaminados pelo novo coronavírus
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O contágio da COVID-19, porém, continua a desacelerar, com um aumento de 7,4% no número total de casos positivos (86.498), a taxa mais baixa desde o início da pandemia em Itália, há mais de um mês. Nas últimas 24 horas fizeram-se mais 5.909 diagnósticos de infeção pelo vírus SARS-COV-2, o que fez este país ultrapassar hoje a China no total de diagnósticos.

O país regista também 10.950 casos de recuperação da doença. Por outro lado, há 3.732 pessoas em unidades de cuidados intensivos.

A região mais afetada continua a ser a Lombardia, com mais da metade das mortes registadas no país, 5.402 óbitos para 37.298 casos, seguida por Emilia-Romagna, 1.267 mortes para 11.588 casos.

"Esta é uma pandemia sem precedentes, que atinge os países mais fortes do mundo e que adotam gradualmente as medidas que a Itália implementa há algum tempo", comentou hoje Domenico Arcuri, comissário do governo responsável pela crise do coronavírus, citado pela agência de notícias France-Presse.

O calvário de uma mãe que perdeu a filha de 16 anos infetada por coronavírus
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Vários países estão a enviar ajuda para este país. Tanto a Rússia como a China já enviaram equipas de médicos e virologistas, assim como material médico, para solo italiano. A Alemanha, por exemplo, está a aceitar doentes de Itália, face ao entupimento dos serviços de saúde. Cuba também enviou 52 médicos para a península itálica.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da COVID-19, já infetou mais 505 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 25 mil pessoas. Em Portugal, a doença já fez 76 mortos, havendo mais de 4 mil casos da infeção, segundo o boletim da Direção-geral da Saúde (DGS) divulgado hoje.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia. O continente europeu, com quase 275.000 infetados e 16.000 mortos, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos.

Mapa interativo com casos e mortes

Se não conseguir ver o mapa desenvolvido pela Universidade Johns Hopkins, siga para este link.

Recomendações da Direção-Geral da Saúde (DGS)

  • Caso apresente sintomas de doença respiratória, as autoridades aconselham a que contacte a Saúde 24 (808 24 24 24). Caso se dirija a uma unidade de saúde deve informar de imediato o segurança ou o administrativo.
  • Evitar o contacto próximo com pessoas que sofram de infeções respiratórias agudas; evitar o contacto próximo com quem tem febre ou tosse;
  • Lavar frequentemente as mãos, especialmente após contacto direto com pessoas doentes, com detergente, sabão ou soluções à base de álcool;
  • Lavar as mãos sempre que se assoar, espirrar ou tossir;
  • Evitar o contacto direito com animais vivos em mercados de áreas afetadas por surtos;
  • Adotar medidas de etiqueta respiratória: tapar o nariz e boca quando espirrar ou tossir (com lenço de papel ou com o braço, nunca com as mãos; deitar o lenço de papel no lixo);
  • Seguir as recomendações das autoridades de saúde do país onde se encontra.

Os países mais afetados

Os países mais afetados a seguir à Itália, Espanha e China são o Irão, com 2.234 mortes reportadas (29.406 casos), a França, com 1.696 mortes (29.155 casos), e os Estados Unidos, com 1.178 mortes.

pandemia de covid-19 continua a alastrar em Espanha que regista já 4.858 óbitos, 64.059 infeções e 9.357 recuperados. Os números foram divulgados esta sexta-feira pelas autoridades de saúde espanholas.

Os Estados Unidos tornaram-se quinta-feira o país com mais casos de infeções no mundo, ultrapassando Itália e a China, com mais de 85 mil casos.

Vários países adotaram medidas excecionais, como a declaração do estado de emergência, o regime de quarentena obrigatório ou o encerramento de fronteiras.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril, embora o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, tenha já admitido prolongar o mesmo.

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