Num projeto de resolução enviado à agência Lusa, os liberais, representados no parlamento pelo deputado único, João Cotrim Figueiredo, propõem ao Governo que aplique “uma nova estratégia de combate à pandemia, assente na realização de testes rápidos em massa”.

Na perspetiva da Iniciativa Liberal, a abordagem atualmente utilizada pelo Governo tem uma “reduzida eficácia” e “para além do impacto altamente oneroso do confinamento, o recurso a esta medida é também o reconhecimento de que a atual estratégia epidemiológica não está a funcionar”.

“Não obstante ser eficaz na limitação dos contactos e do estabelecimento de novas cadeias de transmissão, o confinamento acarreta enormes custos económicos, sociais e de saúde pública”, defende.

Assim, o deputado único liberal recomenda ao executivo que adapte “a estratégia de combate à pandemia”, mantendo “em vigor o essencial das medidas de controlo não farmacológico”.

Na proposta do partido está a realização de “testes rápidos de forma massiva e recorrente” com testes rápidos antigénio, realizados de forma voluntária e gratuita” feitos quer “em potenciais focos de contágio e zonas de grande aglomeração” quer “em locais que permitam alguma aleatoriedade da amostra e, desta forma, controlar a eficácia da abordagem”.

“A política de testagem massiva deverá manter-se até ser adquirida a imunidade de grupo, o que implica que 60% a 70% da população esteja imunizada com recurso à vacinação ou recuperação da doença”, aponta.

Com esta estratégia, devem os casos positivos ser isolados “logo após a testagem”, sugere ainda.

“Realizar o inquérito epidemiológico especificamente aos indivíduos infetados, previamente identificados, numa janela temporal mais reduzida, em que a cadeia de transmissão seja ainda curta. O esforço necessário para o rastreio epidemiológico será, assim, consideravelmente menor do que na atual estratégia”, propõe.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.253.813 mortos resultantes de mais de 103,8 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 13.257 pessoas dos 740.944 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.