“Nós continuamos a ter uma pandemia no mundo e continuamos a ter a necessidade de vigiar muito atentamente aquilo que é a avaliação de novas variantes e a evolução da doença no nosso país em função até das condições climatéricas”, disse Siza Vieira, em declarações à Lusa, à margem de uma visita à fábrica da Bosch, em Aveiro.

No entanto, o ministro considera que o grau de sucesso do processo de vacinação em Portugal permite “olhar com muito mais confiança esta fase nova da nossa vida coletiva”.

“Somos o país que tem a maior percentagem da população no mundo com vacinação completa. Temos uma proteção muito significativa e isso é que nos permite podermos dar estes passos com esta confiança, mantendo-nos sempre vigilantes e aprendendo melhor a tomar melhor conta de nós e dos outros na nossa vida privada e também no nosso convívio social”, vincou.

Relativamente à recuperação da economia portuguesa, o ministro afirmou que, apesar das perturbações na cadeia de abastecimento, que, segundo o governante, deverá demorar alguns meses a estabilizar, o país pode atingir níveis de 2019 (antes da pandemia) mais cedo do que o previsto.

“Na Europa, em Portugal, estamos a ter ritmos de recuperação da normalidade económica, da faturação, do crescimento da economia que mais cedo do que pensávamos poderão levar-nos aos níveis de 2019 e eventualmente até ultrapassarmos”, disse.

A última fase do plano de levantamento das medidas impostas para a controlar a pandemia entrou hoje em vigor, no dia em que Portugal continental passa também a estar em situação de alerta, o nível de resposta a situações de catástrofe mais baixo previsto na Lei de Base da Proteção Civil.

Na prática, os estabelecimentos comerciais, restaurantes, cafés e a generalidade do comércio deixam de estar limitados a um número máximo de clientes ou de pessoas por grupo, sendo também levantadas as restrições aos seus horários de funcionamento.

Os espaços de diversão noturna, encerrados desde março de 2020 devido à pandemia de covid-19, podem voltar a funcionar, numa altura em que o país está prestes a atingir os 85% dos residentes com a vacinação completa.

O uso de máscara mantém-se obrigatório nos transportes públicos, nas Lojas de Cidadão, nas escolas (exceto nos espaços de recreio ao ar livre), nas salas de espetáculos, nos cinemas, nas salas de congressos, nos recintos de eventos, nos serviços de saúde e nas estruturas residenciais para idosos, assim como nos espaços comerciais com área superior a 400 metros quadrados, incluindo centros comerciais.

Os clientes dos restaurantes e os hóspedes dos hotéis deixam de ter de apresentar o certificado de vacinação ou o teste negativo à covid-19, o mesmo acontecendo para as aulas de grupo em ginásios e para o acesso a estabelecimentos de jogos de fortuna ou azar, casinos, bingos, termas e spas.

A entrada nos bares e nas discotecas fica dependente da apresentação do certificado, mas apenas para clientes, já que os trabalhadores e fornecedores estão dispensados desta regra.

Acaba também hoje a recomendação de teletrabalho, sem prejuízo da manutenção do desfasamento de horários, e é eliminada a regra que impunha a testagem em empresas com mais de 150 trabalhadores no mesmo local de trabalho.

A venda e consumo de álcool é outra das restrições que também termina, assim como os limites em matéria de horários que tinham sido impostos devido à pandemia.