O Fundo de Emergência Internacional das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) aponta a “guerra na Ucrânia e alterações climáticas” como principais responsáveis devido à “escalada no preço dos alimentos e dos tratamentos terapêuticos”.

“Desde o início do ano, a escalada da crise alimentar global levou a que 260 mil crianças adicionais viessem a sofrer perda de peso severa em 15 países afetados pelo impacto desta crise de forma particular, inclusive no Corno de África e na região do Sahel”, especificou a organização, em comunicado.

Além disso, alerta a UNICEF, “o aumento dos preços dos alimentos” devido à guerra, “os cortes orçamentais provocados pela pandemia de covid-19 (RTUTF)” e também “a seca extrema em muitos países fizeram disparar a necessidade de Alimento Terapêutico Pronto a Usar”, cujo custo deverá sofrer um “aumento de 16% nos próximos seis meses”.

“Atualmente, pelo menos 10 milhões de crianças que se encontram gravemente subnutridas, ou duas em cada três, tão têm acesso ao tratamento mais eficaz, através do Alimento Terapêutico pronto a Usar”, uma pasta à base de amendoim enriquecido com nutrientes, destacou o gabinete das ONU.

Além disso, o amento do preço do RTUTF em “cerca de 16% durante os próximos seis meses poderá significar que mais de 600 mil crianças fiquem sem acesso a este tratamento salva-vidas”.

Por isso, a UNICEF Portugal lançou um apelo para “sensibilizar e angariar fundos que permitam o acompanhamento de crianças e das suas famílias”, num “esforço para salvar vidas diariamente”.

Nesse sentido, a organização apela para a disponibilização de “um pacote financeiro na ordem dos 1,2 mil milhões de dólares” para aplicar em “serviços e cuidados de nutrição essenciais para evitar milhões de mortes infantis” nos países mais afetados pela crise alimentar e “responder às necessidades imediatas das crianças que sofrem de subnutrição grave”.