“As mulheres continuam a ser desproporcionalmente afetadas pela demência: 6.650.228 mulheres para 3.130.449 homens com demência na Europa”, refere o relatório divulgado hoje pela Alzheimer Europe durante um almoço-debate do Parlamento Europeu organizado por Christophe Hansen, eurodeputado do Luxemburgo.

O novo relatório da Alzheimer Europe espelha os resultados da análise colaborativa dos estudos de prevalência recentes, revelando os índices atualizados da prevalência da demência na Europa. 

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Relativamente às mulheres, à exceção do grupo etário entre os 75 e os 79 anos, houve uma redução na prevalência de demência nos últimos 10 anos em comparação ao projeto da Alzheimer Europe European Collaboration on Dementia – EuroCoDe (2006-2008).

O documento estima que o número de pessoas com demência na União Europeia a 27 seja de 7.853.705 e nos países europeus com representação na Alzheimer Europe de 9.780.678.

Comparando com estimativas anteriores, estes números constituem uma redução significativa dos 8.785.645 para a União Europeia a 27 e dos 10.935.444 para as outras regiões europeias, refere em comunicado a Alzheimer Portugal.

Mais do dobro dos casos em 2050

Segundo o documento, o número de pessoas com demência na Europa irá quase duplicar por volta de 2050, sofrendo um aumento para 14.298.671 na União Europeia e para 18.846.286 nas restantes regiões da Europa.

O número de pessoas com demência em Portugal em 2050 será mais do dobro do que atualmente, atingindo 3,82% da população, valores que ultrapassam mesmo a tendência europeia.

O Anuário da Alzheimer Europe realça ainda “limitações significativas” na investigação disponível quanto à prevalência da demência, assim como a inexistência de investigação relativamente à prevalência de pessoas jovens com demência (com menos de 65 anos).

Aponta ainda as limitações relativas à prevalência dos diferentes tipos de demência, ao número de pessoas afetadas nos diferentes estadios, incluindo as com défice cognitivo ligeiro e à prevalência da demência em pessoas de minorias étnicas.

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Comentando estes resultados, o diretor-executivo da Alzheimer Europe, Jean Georges, afirmou que “é prometedor verificar que estilos de vida mais saudáveis, melhor educação e maior controlo dos fatores de risco cardiovascular parecem ter contribuído para reduzir a prevalência da demência”.

“No entanto, o nosso relatório demonstra também que se prevê que o número de pessoas que vivem com demência sofrerá um aumento substancial nos próximos anos, o que acarretará maior pressão nos cuidados e nos serviços de apoio, a menos que sejam identificadas melhores formas para o tratamento e a prevenção”, afirma Jean Georges no comunicado divulgado pela Alzheimer Portugal.

Defendeu ainda que, “para que as pessoas com demência, as suas famílias e os seus cuidadores tenham acesso aos cuidados de alta qualidade e centrados na pessoa de que necessitam, os governos devem assegurar que os seus sistemas de saúde e de cuidados estão preparados para atender a esta necessidade, sendo necessários maiores investimentos na investigação para tratamento e prevenção da demência”.

Os resultados hoje apresentados baseiam-se numa análise colaborativa dos estudos publicados após a conclusão do projeto EuroCoDe. Nessa análise foram incluídos 16 estudos que cumpriam os critérios de qualidade pré-definidos.