O que é o glioblastoma?

O glioblastoma é um tipo de tumor cerebral agressivo, sendo o mais comum entre os tumores malignos primários do cérebro. O glioblastoma tem origem em células gliais, que são responsáveis por nutrir, sustentar e proteger os neurónios. Este tumor cresce rapidamente e invade os tecidos cerebrais saudáveis, tornando o seu tratamento um verdadeiro desafio. Embora possa surgir em qualquer idade, geralmente afeta pessoas mais idosas, com mediana de idade de 64 anos.

Quais são os fatores de risco?

 Os fatores de risco para o desenvolvimento do glioblastoma incluem a exposição a radiação ionizante e algumas síndromes genéticas.

Que sintomas existem?

Os sintomas dependem da localização e do tamanho tumoral, e podem incluir cefaleias, náuseas ou vómitos, convulsões, ou défices neurológicos (como perda de força ou da sensibilidade, alteração da linguagem, problemas de visão, alterações de personalidade ou do comportamento, e défices cognitivos).

neurocirurgião Armindo Picão Fernandes
neurocirurgião Armindo Picão Fernandes Neurocirurgião Armindo Picão Fernandes. créditos: Divulgação

Qual é o tratamento?

O tratamento do glioblastoma é complexo e geralmente envolve cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A cirurgia constitui um passo fundamental no tratamento, tendo como objetivo alcançar remoções máximas seguras. Múltiplos recursos tecnológicos têm auxiliado os neurocirurgiões a otimizar as taxas de remoção tumoral e a obter melhores resultados clínicos.

A introdução recente da exoscopia tem permitido obter imagens de elevada resolução, alta ampliação, maior flexibilidade de ângulos de visão e melhor ergonomia cirúrgica. O uso do exoscópio na exérese de glioblastoma tem-se mostrado igualmente eficaz, seguro e com resultados oncológicos comparáveis à microscopia.

E o prognóstico?

O prognóstico dos doentes com glioblastoma é geralmente reservado, com uma mediana de sobrevivência de aproximadamente 15 meses após o diagnóstico, apesar do tratamento. Avanços científicos e tecnológicos contínuos relacionados com novas formas de tratamentos oferecem esperança de um futuro melhor para estes doentes.

Armindo Picão Fernandes

Médico Interno de Neurocirurgia na Unidade Local de Saúde de Santo António

Imagem de abertura do artigo cedida por Freepik.