"Como os países da Europa suspenderam as medidas sociais em vigor, o vírus circulará em níveis elevados durante o verão", disse Hans Kluge, diretor da organização da ONU para a Europa.

"O vírus não desaparecerá apenas porque os países pararam de monitorizá-lo. Ele continua a infetar, continua a mudar e continua a matar", destacou  à AFP.

Devido à subvariante BA.5 da ómicron, o número de infeções registadas nos 53 países da OMS Europa nesta semana aproximou-se de 500.000 diariamente. No final de maio estava em 150.000 diárias, segundo dados da organização.

O número de mortos permanece num nível baixo, com cerca de 500 mortes por dia. Durante parte do inverno, o número de mortos chegou a 4.000-5.000 por dia.

No entanto, quase todos os países europeus registam um aumento nas infeções. "Esperamos que os amplos programas de vacinação na maioria dos estados membros, além de infeções anteriores, signifiquem que evitaremos as consequências mais graves que vimos no início da pandemia", disse Kluge.

"No entanto, as nossas recomendações permanecem em vigor", acrescentou. Kluge também enfatizou a importância de continuar a monitorizar o vírus. Caso contrário, “deixa-nos cada vez mais cegos em relação às formas de contágio e à [sua] evolução”, destacou o especialista.

Isolamento mais curto

Em Portugal, o período de isolamento por COVID-19 vai passar de sete para cinco dias e a situação de alerta devido à pandemia vai manter-se até ao final de julho, anunciou hoje a ministra da Presidência.

“A Direção-Geral da Saúde comunicou à ministra da Saúde a intenção de passar o período de isolamento de sete para cinco dias”, disse aos jornalistas Mariana Vieira da Silva na conferência de imprensa realizada após o Conselho de Ministros.

A ministra avançou também que o Governo “aprovou hoje a resolução de Conselho de Ministros que renova a declaração da situação de alerta em todo o território continental no âmbito da pandemia da doença covid-19 até ao final de julho”.

De acordo com a ministra, nos próximos dias haverá novidades, mantendo-se as regras do uso de máscaras em determinadas situações, como transportes públicos.

Mariana Vieira da Silva acrescentou também que vai deixar de ser exigido o certificado digital para entrar no país.