Segundo disse hoje aos deputados da Comissão Parlamentar de Saúde o coordenador da Comissão Técnica de Vacinação, Luis Graça, tal como aconteceu anteriormente, “seria desadequado não priorizar os grupos de maior risco, os mais idosos, os residentes nos lares e os profissionais de saúde”.

“Eventualmente, o alargamento a outras faixas etárias poderá ser considerado, (…) desde que não impacte nesta vacinação dos grupos prioritários”, afirmou.

Luís Graça sublinhou a mensagem de confiança na vacinação, destacando o entendimento na importância da vacinação e o respeito dos diversos partidos políticos pelas decisões técnicas.

“Isto faz com que o país tenha uma cobertura vacinal muito superior a outros países em que houve um conflito entre a parte técnica e outros aspetos fora da técnica”, acrescentou.

A campanha de vacinação sazonal contra a covid-19 e a gripe, que arranca no dia 29 de setembro, abrange maiores de 60 anos – que pela primeira vez serão este ano vacinados nas farmácias -, residentes em lares, profissionais de saúde, trabalhadores dos lares e doentes crónicos.

A vacinação terá início em 29 de setembro e decorrerá em simultâneo nas farmácias comunitárias, para as pessoas com 60 ou mais anos, e nos estabelecimentos de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS), para as pessoas com menos de 60 anos e com doenças de risco.

Também ouvido na Comissão Parlamentar de Saúde, a pedido do PS, sobre o processo de vacinação em curso, o diretor-geral da saúde em exercício, André Peralta Santos, lembrou a liberdade de escolha dos cidadãos, insistindo que, apesar de a vacinação para os maiores de 60 estar definida para acontecer nas farmácias, qualquer cidadão que queira ser vacinado nos centros de saúde pode fazê-lo.

Questionado pelos deputados, disse que há “uma forte adesão [que é voluntária] das farmácias” ao processo de vacinação sazonal e confessou que há “alguma incerteza em relação ao numero concreto [de pessoas] que se irá vacinar em farmácias”.

“O objetivo é sempre manter um ‘stock’ adequado, quer nas farmácias, quer nos centros de saúde, para não desperdiçar uma única oportunidade de vacinação e nem ter roturas de ‘stock’”, explicou.

Questionado sobre a retirada, pelo Governo, de competências à DGS, André Peralta Santos insistiu que a direção-geral de Saúde é um pilar do sistema de saúde em Portugal.

“É uma instituição com mais de 120 anos de história e que tem dado um contributo notável para a proteção e promoção da saúde dos portugueses e das portuguesas”, afirmou André Peralta, acrescentando: “Nas minhas funções atuais gostaria que continuasse dessa forma”.

André Peralta Santos assumiu em agosto, e até à nomeação no novo diretor-geral da Saúde, as funções de Graça Freitas, que se aposentou.

A substituição de Graça Freitas, que no final do ano passado tinha anunciado a intenção de não continuar no cargo, tem sido atribulada, com o concurso a abrir apenas em junho e a ter de ser repetido por falta de três candidatos aptos.

Segundo as regras da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP), após conclusão do concurso de seleção, o júri elabora uma proposta de designação indicando três candidatos, com os fundamentos da escolha de cada um, e apresenta-a ao membro do Governo com a tutela do serviço, que tem, a partir deste momento, um prazo máximo de 45 dias para escolher.