Nos últimos anos, a Rússia tornou-se num lugar hostil para qualquer pessoa que se afaste da interpretação do Kremlin e da Igreja Ortodoxa sobre os "valores familiares".

Os ativistas LGBTQIAP+ estão sitiados há anos, mas a pressão aumentou desde que as tropas foram enviadas para a Ucrânia.

Em comunicado divulgado na noite de terça-feira (30), a Duma, a Câmara Baixa do Parlamento russo, informou que esse projeto visa a impedir que "operações de mudança de sexo" sejam realizadas.

De forma mais ampla, o texto busca proibir "a tramitação de uma mudança da identidade civil, sem que haja uma operação", afirma o comunicado.

O texto prevê exceções para permitir intervenções cirúrgicas em casos de "anomalias congénitas" nos órgãos genitais de crianças.

A Duma não informou quando começará a tramitação do projeto, mas alguns veículos de comunicação locais informaram que a leitura pode começar a partir de quinta-feira.

Essa legislação é a mais recente de uma série de propostas conservadoras que o Kremlin tem promovido desde que lançou a ofensiva na Ucrânia no ano passado.

Nos últimos meses, alguns legisladores propuseram declarar o "feminismo radical" uma ideologia extremista.

Na Rússia, as pessoas da comunidade LGBTQIAP+ sofrem discriminação e violência e são, inclusive, vítimas de assassinato.