De acordo com o ECDC (sigla em inglês), cujas estimativas divulgadas abrangem os países do Espaço Económico Europeu, o impacto da resistência antimicrobiana na saúde é comparável ao da gripe, tuberculose e sida juntos.

Citada em comunicado, a diretora do ECDC, Andrea Ammon, alerta para o aumento das mortes por infeções causadas por bactérias especialmente resistentes a tratamentos de última linha.

“Esforços adicionais são necessários para continuar a reduzir o uso desnecessário de antimicrobianos, melhorar a prevenção de infeções e as práticas de controlo e aplicar programas de administração de antimicrobianos”, afirmou.

O relatório destaca que os países do norte da Europa reportaram taxas mais baixas de resistência antimicrobiana, contrariamente aos países das regiões do sul e do leste.

Dentro do Espaço Económico Europeu (União Europeia, Islândia, Noruega e Liechtenstein), o número de infeções por bactérias do género ‘Acinetobacter’ que se revelaram resistentes a diferentes grupos de antibióticos mais do que duplicou (121%) em 2021 face à média verificada entre 2018 e 2019, segundo o ECDC.

Também as infeções com a bactéria ‘Klebsiella pneumoniae’ resistente ao antibiótico ‘carbapenems’, frequentemente utilizado como último recurso, aumentaram 20% em 2021 e 31% em 2020.

O ECDC realça ainda, em comunicado, a quase duplicação entre 2020 e 2021 das infeções com o fungo ‘Candida auris’, que pode ser resistente a múltiplos agentes antifúngicos e está na origem de surtos associados aos cuidados de saúde (em centros de saúde ou hospitais).

Por definição, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, a resistência antimicrobiana ocorre quando bactérias, vírus, fungos e parasitas não respondem aos medicamentos, tornando as infeções difíceis de tratar, aumentando o risco de contágio, doença grave e morte.

Nos medicamentos antimicrobianos incluem-se antibióticos, antivirais, antifúngicos e antiparasitários.