É a materialização de um sonho antigo. Num passado ainda muito recente, especialistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia e das Universidades de Columbia e do Arizona, nos Estados Unidos da América, juntaram-se para programar e construir dois robots de milionésimos de milímetros de tamanho. Estes nanorobots, com inúmeras extremidades, conseguem realizar tarefas complexas à escala microscópica, mexendo-se e girando sobre si mesmos.

À semelhança de outros dispositivos desenvolvidos entretanto, conseguem executar trabalhos concretos, reagem ao meio ambiente, auto-reparam-se, tomam decisões, manipulam os genes, constroem material orgânico e reparam tecidos vivos. No futuro, esta nova tecnologia vai permitir, por exemplo, combater um tumor desde o seu núcleo. Como? Sendo programado para identificar, perseguir e destruir todas as células cancerígenas que for encontrando ao longo do interior do organismo.

Ao contrário do que seria de esperar, os primeiros testes envolvendo ADN humano serão, no entanto, feitos ao longo deste ano na Universidade Bar-Ilan, em Israel, onde o professor Ido Bachelet desenvolveu nanorobots programáveis, capazes de combater células cancerígenas, enquanto parte integrante de uma terapia que combina vários fármacos. Em desenvolvimento desde dezembro de 2014, os dispositivos conseguem identificar e distinguir 12 tipos de células cancerígenas.