O anúncio coincidiu com uma notícia divulgada pelos meios de comunicação social egípcios de que 150 mil litros de fuelóleo entraram hoje pela passagem de Rafah, que liga o território palestiniano ao Egito.

O representante da OMS nos territórios palestinianos ocupados, Richard Peeperkorn, disse aos jornalistas em Genebra através de videoconferência que este mecanismo “deve ser contínuo”.

Permitirá “garantir a operação humanitária, que as instalações de dessalinização, as padarias e as telecomunicações voltem a funcionar”, afirmou, citado pela agência espanhola EFE.

O combustível esgotou-se esta semana, fazendo com que a grande maioria dos hospitais, os serviços telefónicos e de Internet e as instalações de dessalinização que convertem água do mar em água potável deixassem de funcionar.

A ONU disse que, em consequência, mais de 70% da população não tem acesso a este abastecimento vital.

Peeperkorn não quis adiantar a regularidade do fornecimento nem se Israel irá impor condições à utilização do combustível.

A meio da semana, Israel autorizou a entrada de 23 mil litros, que apenas deveriam ser utilizados para o transporte de ajuda.

Esse combustível, de acordo com as ordens israelitas, não podia ser utilizado por hospitais ou outros serviços vitais.

Desde 11 de outubro, quatro dias após o ataque do Hamas a Israel, que Gaza se encontra numa situação de apagão total de eletricidade.

As autoridades israelitas cortaram o fornecimento de eletricidade com origem em Israel e a única central de produção de eletricidade do território palestiniano esgotou posteriormente as reservas de combustível.

Gradualmente, todos os serviços básicos – incluindo hospitais e padarias, entre outros – ficaram sem o combustível que cada um tinha em reserva e com o qual fizeram funcionar os geradores de eletricidade até esta semana.

A ofensiva militar na Faixa de Gaza foi lançada depois de o grupo extremista palestiniano Hamas ter atacado o sul de Israel em 07 de outubro, causando 1.200 mortos, segundo as autoridades israelitas.

Desde então, os bombardeamentos e operações terrestres israelitas provocaram mais de 11 mil mortos na Faixa da Gaza, segundo o Hamas, que controla o território desde 2007.