“Sabíamos que a cloroquina era eficaz in vitro contra o novo coronavírus e a avaliação clínica realizada na China confirmou”, explica o professor Raoult, um renomado especialista em doenças infecciosas, ao comentar a primeira publicação deste estudo clínico de três cientistas chineses na revista BioScience Trends.

“Finalmente, esta infeção é talvez seja a mais simples e a mais barata para curar entre todas as infecções virais”, afirmou o diretor do instituto hospitalar universitário muito envolvido na deteção do novo coronavírus em França.

O artigo publicado no dia 19 de fevereiro parte de um ensaio clínico realizado em mais de dez hospitais chineses (em Wuhan – foco da epidemia – Pequim e Xangai) para avaliar “a eficácia da cloroquina em tratamentos associados ao COVID-19”.

“Os resultados obtidos até agora com mais de 100 pacientes demonstraram que o fosfato de cloroquina é mais eficaz do que o tratamento recebido pelo grupo comparativo para conter a evolução da pneumonia, melhorar a condição dos pulmões, para que o paciente volte a dar negativo para o vírus e diminua a duração da doença”, afirmaram os cientistas chineses.

O estudo não quantifica a diferença da eficácia face aos outros métodos aplicados.

“A capacidade antiviral e anti-inflamatória da cloroquina pode ter uma eficácia potencial no tratamento de pacientes afetados com pneumonias provocadas pelo COVID-19”, continua o artigo sobre o estudo realizado pelos professores Jianjun Gao, Zhenxue Tian e Xu Yang da universidade de Qingdao e do hospital de Qingdao.

Além da sua eficácia, a “cloroquina é um medicamento barato e seguro, usado há mais de 70 anos”, diz o artigo.

Segundo os cientistas chineses, um tratamento diário de 500 mg de cloroquina por dez dias seria suficiente para erradicar a doença.