Pelo menos dois homens de 70 e 77 anos e uma mulher de 85 morreram após serem contaminados com o vírus do Nilo no sul de Espanha. Sevilha é a cidade da Andaluzia mais afetada, com 33 pessoas infetadas e 14 hospitalizadas.

Em Portugal, a presença do vírus tem sido detetada várias vezes ao longo dos últimos cinco anos, sobretudo no Algarve e Alentejo, afetando não raras vezes equídeos.

Marta Díaz, especialista em doenças infecciosas e medicina tropical, disse à TSF que é "completamente plausível que esta doença se possa desenvolver em qualquer ponto da Península Ibérica", a qual está "presente na Europa de forma importante há muitos anos". O último surto, acrescentou ainda, aconteceu em 2018 e atingiu países como Itália, Grécia e Roménia.

Em humanos, a infeção pelo vírus do Nilo Ocidental provoca sintomas parecidos com os da gripe, mas em casos extremos pode dar lugar a tremores, febre, coma e uma inflamação do cérebro conhecida como encefalite. Também pode causar meningite.

Para controlar o aumento de casos em Espanha, o governo regional da Andaluzia pulverizou várias áreas húmidas da região para matar mosquitos e reduzir o risco de transmissão. Também incentivou a população da região a usar mosquiteiros em casa.

Descoberto em 1937 no Uganda, o vírus é transmitido por aves e infeta os humanos através da picada de mosquitos contaminados. Ocorre em África, Ásia, Europa e Austrália.

Vírus não se transmite de pessoa para pessoa

Em Portugal, no site da Direção-Geral da Saúde (DGS), o organismo esclarece que o vírus não se transmite de pessoa para pessoa, mas "unicamente por picada de mosquito do género Culex" podendo, "em 20% das infeções, provocar doença febril com manifestações clínicas ligeiras, que raramente pode evoluir para meningite viral".

A Direção-Geral de Veterinária aconselha a "evitar a frequência de zonas próximas de águas estagnadas, nomeadamente Estações de Tratamento de Águas Residuais ou áreas pantanosas, depósitos de pneus abandonados, jarras de cemitérios e jardineiras de vasos de plantas".

É recomendando ainda à população em geral o uso de "repelentes de insetos ou sistemas elétricos para afastar mosquitos" e a adoção de "medidas de higiene ambiental que permitam eliminar águas estagnadas".

A Organização Mundial de Saúde indica que 80% das pessoas infetadas sejam assintomáticas, sendo que o diagnóstico mais severo, mas relativamente raro, resulta em encefalite ou meningite, o que pode causar danos cerebrais ou até mesmo a morte.