Vem de longe o hábito em contextos de perda de peso de subtrair à dieta os alimentos ricos em hidratos de carbono. Atualmente, são populares as dietas que eliminam arroz, massas, batatas, pão e similares. Simultaneamente, essas mesmas dietas permitem o consumo livre de carnes, queijos, gorduras entre outros. Não é sensato.

Efetivamente, em termos práticos, sempre que, fazemos uma restrição alimentar, seja ela qual for, que conduza a um balanço energético negativo, conseguimos perder peso.

Não menos verdade, sempre que restringimos hidratos de carbono na nossa alimentação, evitamos alimentos como bolos, doces e outros produtos açucarados e de pastelaria. Estes, não são apenas fontes de açúcar, mas também de gordura, cujo consumo tem um impacto significativo no aumento de peso.

Há ainda que ter em consideração que, perder peso não é sinónimo de perder gordura e, a forma como se perde peso tem importância na manutenção ou não do peso perdido, assim como tem implicações sobre o nosso metabolismo.

Dietas sem hidratos de carbono, ou com um consumo abaixo do recomendado (com um mínimo de 45-50% do total energético) conduzem a perda de massa muscular e são prejudiciais à saúde, como demonstra a mais recente evidência científica.

Desta forma, o consumo moderado de hidratos de carbono, assim como a escolha dos bons fornecedores de hidratos de carbono (cereais completos, não refinados, leguminosas, tubérculos) é benéfico para a saúde, aumenta a esperança de vida, ajuda na perda de peso/gordura, contribuindo para a saciedade e para o bem-estar físico e psicológico.

Mais do que fazer dieta e condicionarmos o nosso organismo a restrições drásticas que nunca conseguimos que perdurem no tempo, o ideal é aprender a comer, mudando hábitos de uma forma gradual, de forma a que as mudanças possam ficar para a vida e, compreender que, numa alimentação equilibrada há espaço para os pequenos prazeres.

Cláudia Viegas
Nutricionista e docente