Numa conferência de imprensa para apresentar medidas de promoção da mobilidade ativa e de transformação do espaço público, Fernando Medina (PS) explicou que se trata de uma rede ciclável estruturante que ligará “os principais pontos da cidade” e cobre “os grandes eixos de deslocação”.

De acordo com o presidente da câmara, trata-se de um “sistema de criação muito rápida e acelerada desta rede, que poderá transformar-se em definitiva, se ela vingar, for utilizada e for adequada”.

Notando que neste momento a capital tem 105 quilómetros de ciclovias, Medina adiantou que o objetivo do município é ter mais 26 quilómetros até julho, mais 30 até setembro e até ao primeiro trimestre do próximo ano criar outros 20,5 quilómetros.

Até ao final de 2021, a câmara estima ter um total de 200 quilómetros de ciclovia na capital. O chefe do executivo municipal não precisou, porém, o valor do investimento, explicando que será de baixo custo uma vez que são ciclovias criadas sobretudo com a instalação de pilaretes nas vias.

O presidente da câmara salientou que esta rede ciclável, composta por ciclovias segregadas e seguras, será depois avaliada consoante as reações dos utentes e dos ciclistas.

“Podemos adaptar o desenho de algumas, adaptar o desenho de outras, criando novas que aqui não estão colocadas ou então avançando para soluções mais definitivas que protejam ainda melhor e que qualifiquem ainda melhor as novas ciclovias criadas”, acrescentou.

O plano de criação de ciclovias até julho contempla as avenidas da Índia, Pádua, Cidade de Luanda, Almirante Reis, 24 de Julho, Liberdade e Uruguai, além de outras que foram construídas recentemente. Até setembro, haverá novas ciclovias nas avenidas de Roma, Marechal Gomes da Costa, Ceuta, Conde Almoster, Lusíada, Berna, José Malhoa e Descobertas.

Posteriormente, até ao fim do primeiro trimestre do próximo ano as avenidas Gago Coutinho, Restelo, Torre de Belém, Álvaro Pais, Carlos Paredes e Helena Vieira da Silva também terão ciclovias ‘pop up’.

Haverão ainda outras ciclovias a serem construídas no ano de 2021, que farão a autarquia chegar aos 200 quilómetros de rede ciclável anunciados, mas cujos locais não foram adiantados hoje pelo presidente da autarquia.

Fernando Medina anunciou também que a partir de hoje o município vai pagar até 50% do valor de aquisição de bicicletas, compradas em qualquer loja de Lisboa, através de apresentação da fatura.

A câmara tem três milhões de euros destinados a esta medida, pagando um máximo de 100 euros aos estudantes que adquiram bicicletas convencionais, até 350 euros para bicicletas elétricas e até 500 euros para bicicletas de carga.

Para responder à necessidade de “proteção das bicicletas”, algo “que muitos reclamam e com razão”, vão ser criados, até ao final deste ano, num investimento de um milhão de euros, 1.050 lugares para estes veículos em parques subterrâneos da EMEL e concessionados pela autarquia, 1.700 nos principais interfaces de transporte público e 5.000 “para estacionamento em todas as entidades de interesse público que o solicitem, como escolas, clubes e outras instituições”.

“Nós no fundo estamos a executar a estratégia de Lisboa Ciclável, que já está aprovada pelos órgãos do município, mas estamos a executá-la com uma nova rapidez, com um novo impulso relativamente à sua concretização, porque sabemos que é a melhor forma de conjugarmos as necessidades de curto prazo, de termos mais instrumentos para darmos mais segurança às pessoas em tempo de pandemia, com um objetivo estrutural da cidade de Lisboa que é termos menos poluição”, frisou Fernando Medina.

Realçando que a poluição tem “relação direta” com os efeitos de contágio e de propagação da covid-19, o presidente da Câmara de Lisboa notou que a pandemia tornou mais evidente a necessidade de tornar a capital mais verde, mais saudável e sustentável.

A autarquia sublinha também que, com a limitação na lotação dos transportes públicos, se os passageiros mudarem para o automóvel “Lisboa corre o risco de parar e o ar ficará irrespirável”.