De acordo com o estudo global sobre o Custo de Vida de 2019 da consultora internacional Mercer (Cost of Living Survey), Lisboa desceu duas posições no ranking, passando da 93ª posição em 2018, para o 95º lugar em 2019. Após uma subida expressiva de 44 posições no ano passado, a capital portuguesa encontra-se agora estável neste ranking do custo de vida agora divulgado.

Através do estudo foi ainda possível concluir que o preço da gasolina em Lisboa é dos mais elevados tendo em conta as restantes cidades do ranking. Por outro lado, e comparativamente com a cidade mais cara do ranking, o preço de arrendamento de um apartamento T3 nas zonas nobres de Lisboa ronda os 3.150 euros e em Hong Kong os 12.910 euros.

As 10 cidades do mundo onde vai odiar conduzir
As 10 cidades do mundo onde vai odiar conduzir
Ver artigo

O estudo do Custo de Vida da Mercer 2019 conclui que, do top 10 das cidades mais caras para expatriados, 8 são asiáticas, resultado dos elevados custos de bens de consumo para expatriados e a dinâmica do mercado residencial.

Tóquio (2), Singapura (3) e Seoul (4) encontram-se no topo da lista, sendo que a cidade mais dispendiosa do mundo, pelo segundo ano consecutivo, é Hong Kong. Outras cidades que se encontram no top 10 são Zurique (5), Shangai (6), Ashgabat (7), Pequim (8), Nova Iorque (9), e Shenzhen (10). As cidades menos caras para expatriados são Tunes (209), Tashkent (208) e Karachi (207).

O estudo daquela consultora é desenvolvido para ajudar as organizações multinacionais e os Governos a definirem estratégias para os seus colaboradores expatriados. A cidade de Nova Iorque é utilizada como a cidade base para todas as comparações, sendo que os movimentos cambiais têm como referência o dólar norte-americano.

Ranking inclui análise de vários parâmetros

O estudo inclui mais de 500 cidades em todo o Mundo; o ranking deste ano inclui 209 cidades distribuídas pelos cinco continentes e analisa e compara os custos de mais de 200 itens em cada local, entre eles alojamento, transportes, comida, roupa, bens domésticos e entretenimento.

De acordo com o estudo "Global Talent Trends 2019 da Mercer", 65% das empresas, de uma forma transversal a todas indústrias e países, estão a utilizar programas de mobilidade para melhorar as suas estratégias no que se refere à gestão dos seus colaboradores. Para tal, as empresas precisam de avaliar cuidadosamente o custo dos “pacotes de remuneração para expatriados”. O estudo conclui que um conjunto de fatores, incluindo flutuações cambiais, custo da inflação no que se refere a bens e serviços e a volatilidade dos preços de alojamento, contribuem para o custo geral dos “pacotes de expatriados” para colaboradores em tarefas internacionais.

“Numa economia focada no talento, movida pela disrupção digital, e com  a necessidade de uma força de trabalho conectada a nível global, destacar colaboradores para diferentes localizações é um aspeto cada vez mais importante para a estratégia competitiva das empresas,” refere Tiago Borges, Líder de Rewards da Mercer Portugal.

Nas Américas, Nova Iorque é a mais cara

As cidades dos EUA subiram no ranking devido à valorização do dólar americano face a outras moedas. Nova Iorque subiu quatro posições, chegando ao 9º lugar, o ranking mais elevado de sempre da região. São Francisco (16) e Los Angeles (18) subiram doze e dezassete posições respetivamente, enquanto Chicago (37) subiu catorze lugares. Entre outras das principais cidades norte-americanas, Washington DC (42) subiu catorze posições, Miami (44) subiu dezasseis posições, e Boston (49) subiu vinte e um lugares. Portland (107) e Winston Salem (138) na Carolina do Norte, permanecem como as cidades norte-americanas menos caras para expatriados.

10 alimentos que lhe devolvem anos de vida
10 alimentos que lhe devolvem anos de vida
Ver artigo

Na América do Sul, Montevideo (70) no Uruguai posiciona-se como a cidade mais cara, seguida de San Juan (72), que subiu vinte e dois lugares. Outras cidades da América do Sul que subiram na lista de cidades mais caras para expatriados são o Panamá (93), Costa Rica (131) e Cuba (133), ascendendo vinte e um, dez, e vinte e dois lugares, respetivamente. As cidades que caíram no ranking, apesar do aumento de preços em bens de consumo, serviços e alojamento, foram o Brasil e a Argentina. Particularmente, São Paulo (86) caiu vinte e oito posições. Rio de Janeiro (121) caiu vinte e dois lugares, enquanto Buenos Aires (133) sofreu uma quebra de cinquenta e sete lugares. Manágua (200) é a cidade menos cara da América do Sul.

Apesar da maior parte das cidades canadianas terem-se mantido estáveis no ranking, a cidade mais bem posicionada do país, Vancouver (112), caiu três posições.

Europa, Médio Oriente e África? Ganha Zurique

Apenas uma cidade europeia se encontra no top 10 das cidades mais caras e é Zurique, em 5º lugar, seguida de Berna (12). Genebra (13) caiu duas posições. As cidades da Europa central  e de leste, tais comoMoscovo (27), São Petersburgo (75), Praga (97) e Varsóvia (173), caíram dez, vinte e seis, catorze e dezanove posições, respetivamente.

Cidades da Europa Ocidental, incluindo Milão (45), Paris (47), Oslo (61) e Madrid (82), também caíram no ranking, doze, treze, catorze, e dezoito lugares, respetivamente. A cidade alemã de Estugarda (126) teve uma queda significativa, assim como Berlim (81) e Düsseldorf (92). As cidades no Reino Unido registaram quedas modestas, entre elas Birmingham (135), que caiu sete posições, Belfast (158) que caiu seis, e Londres (23) que sofreu uma quebra de quatro lugares.

Tel Aviv (15) continua a ser a cidade mais cara para expatriados no Médio Oriente, seguida do Dubai (21), Abu Dhabi (33) e Riade (35). Cairo (166) mantém-se como a cidade menos cara da região.

Apesar de sair do top 10 das cidades mais caras para expatriados, N’Djamena (11) permanece como a  cidade africana mais bem posicionada no ranking. Atrás encontram-se Victoria (14), que subiu sete lugares e Kinshasa (22) que subiu quinze. Libreville (24) caiu seis posições. A cair uma posição, está Tunes (209) na Tunísia, que se posiciona no ranking enquanto a cidade menos cara na região e no Mundo. Curiosamente Luanda, que já foi considerada a cidade mais cara do Mundo desce 20 posições e está agora na posição 26.

15 coisas que nos tiram anos de vida
15 coisas que nos tiram anos de vida
Ver artigo

Ásia Pacífico, o cluster das cidades mais caras

Do top 10 das cidades mais caras deste ano, 8 encontram-se na Ásia devido, em parte, a um forte mercado imobiliário. Hong Kong (1) permanece a cidade mais cara para expatriados, tanto na Ásia como no Mundo, devido ao mercado imobiliário e à moeda, que está ligada ao dólar americano, provocando o aumento do custo no alojamento local. Este centro global financeiro é seguido por Tóquio (2), Singapura (3), Seoul (4), Shangai (6), e Ashgabat (7), no Turquemenistão.

Bombaim (67) é a cidade mais cara da Índia. Bangalore (179) e Calcutá (189) são as cidades indianas menos caras.

Ainda na Ásia, Banguecoque (40) subiu doze posições no ranking em comparação com o ano passado. Hanói (112) e Jacarta (105) também subiram no ranking, vinte e cinco e doze lugares, respetivamente. Bisqueque (206) e Tashkent (208) permanecem como as cidades menos caras para expatriados na região.

As cidades australianas continuaram a cair no ranking devido à desvalorização da moeda local face ao dólar americano. Sydney (50), a cidade australiana mais cara para expatriados, caiu vinte e uma posições. Melbourne (79) e Perth (87) caíram vinte e um e vinte e seis posições, respetivamente.

Estas foram as 10 cidades mais caras do mundo do ano passado