Vamos lembrar que um eclipse só ocorre quando a Lua está na fase Nova ou Cheia. Se está na fase Nova, é um eclipse solar, porque a Lua está entre o Sol e a Terra. Se está na fase Cheia, é lunar, porque a Terra está entre a Lua e o Sol. Normalmente, ocorrem quatro eclipses por ano, dois lunares e dois solares.
Os eclipses são fenómenos que, quer queiramos ou não, impactam-nos com mudanças difíceis de prever. A palavra mudança, por vezes, assusta, mas vale recordar que as mudanças fazem parte da vida neste planeta, regido pela grande Lei da transitoriedade, que diz que nada é permanente, exceto a própria mudança.
Às vezes, as alterações são dolorosas, especialmente quando os eclipses chegam sob muita pressão de planetas como Saturno, Úrano e Plutão, ou por tocarem em pontos de tensão nos nossos mapas. Passamos por situações difíceis de elaborar, com perdas de pessoas que amamos, empregos, dinheiro, saúde. Infelizmente, a vida mostra-nos que existe um destino a cumprir, e é nesses momentos que percebemos que nem sempre a vida é generosa connosco.
Devemos, quer queiramos ou não, lapidar o nosso caráter e adquirir mais força, consciência e maturidade emocional. É um tempo em que a nossa resiliência é testada. A dor pode ser intensa em muitos momentos. No entanto, os eclipses trazem também mudanças surpreendentemente boas, com muitas novidades e esperança de um novo ciclo de vida, construído, na maioria das vezes, com muito trabalho e algumas recompensas.
Em tempos de eclipses, o mais difícil é exercitar o que o budismo e algumas linhas esotéricas chamam de desapego. O desapego está relacionado com a capacidade de deixar ir seja o que for, de nos deixarmos fluir e seguir com leveza o fluxo da vida. Exercitar o distanciamento emocional e esperar sem medo o que está por vir, sem ansiedade, apenas observando os acontecimentos de forma mais ampla.
Aprender o distanciamento emocional é necessário porque os nossos medos, em várias situações, podem confundir-nos e não conseguimos ver com clareza. Se os nossos medos nos dominam em tempos de eclipses, não conseguiremos deixar a vida acontecer naturalmente. Sem o distanciamento, o medo apodera-se de nós e podemos perder-nos dentro desse processo. O medo é importante em qualquer processo em que temos algum controlo sobre o mesmo, mas quando nos domina, perdemos a razão, deixamos de pensar e agir com clareza e controlo mental. Quando tal acontece, podemos ficar paralisados face ao perigo e a nossa capacidade de discernimento diminui ou, pior, desaparece.
Os eclipses sempre trazem acontecimentos marcantes, que são divisores de águas nas nossas vidas; acontecimentos que nunca esquecemos, como um casamento, divórcio, nascimento de um filho, perda de alguém querido, mudança de casa, cidade ou país, a abertura de um novo negócio, um novo emprego ou uma função importante que conseguimos, depois de muito esforço. Os eclipses nunca trazem mudanças sem significado; marcam sempre a finalização de um ciclo e o começo de outro.
Normalmente, sentimos os sinais dos acontecimentos mudarem muito antes do dia exato dos eclipses, algumas semanas antes, e seguem por pelo menos seis meses, podendo estender-se até dois anos.
Os eclipses sempre sinalizam o que está por vir. E, se tentarmos controlar os acontecimentos, o sofrimento vai aumentar consideravelmente. A tentativa de controlo é, na maioria dos casos, a razão do aumento do sofrimento. Recorde-se sempre: siga simplesmente o fluxo, deixe ir o que precisa ser deixado no passado. Deixe a vida acontecer ao prestar atenção aos sinais e observe para onde está a ser levado. Saber fluir com a vida é uma arte que deve ser aprendida e é um trunfo que temos nas mãos em tempos de eclipses.
Não se esqueça: quanto mais consciência, menos sofrimento.
Cultivar a serenidade é extremamente importante nos momentos de mudanças, pois abre caminhos para a compreensão, deixa-nos abertos e livres para abraçar e deixar o novo entrar nas nossas vidas, pois um novo ciclo de vida começa a desenhar-se. Assim é a vida, e não existe nenhuma forma de mudar esta dinâmica; é a forma que encontra para evoluirmos como almas que somos.
As mudanças acontecem e a vida diz-nos: coloque os remos dentro do barco e relaxe; agora o controlo não está mais nas suas mãos. E, dessa forma, somos levados onde devemos chegar. É claro que devemos fazer a nossa parte neste trabalho, mas o comando dessa viagem não está mais nas nossas mãos.
Não temos outra saída senão deixar a vida levar-nos para mais uma etapa. Um ciclo completa-se e outro começa, natural e sincronicamente. Vamos torcer para que seja sempre um pouco mais generosa com todos nós.
Neste eclipse, que acontece aos 25 graus de Peixes, o foco será a saúde, o trabalho e a rotina, ou seja, podemos esperar por novidades nessas áreas das nossas vidas. No entanto, é importante que saiba em qual casa caem os 25 graus de Peixes no seu mapa natal. É essa a área da vida que será impactada pelas mudanças. É importante cuidar com mais carinho da saúde integral, do corpo, da mente, das emoções e do espírito. Peixes é um signo de saúde mental e emocional, mas também tem a ver com a espiritualidade, portanto, podemos sentir uma forte necessidade de conexão com o Sagrado.
Estaremos todos mais fechados e introspetivos, mais voltados para as nossas emoções. Como chega unido a Neptuno, devemos estar atentos às ilusões e enganos, seja no que for. Na coletividade, podemos esperar por muitas águas, que, certamente, provocarão ainda mais inundações. Terremotos seguidos de tsunamis não estão descartados.
Os eclipses lunares trazem normalmente questões do passado para serem finalizadas. Desta forma, abrimos as portas para que o novo possa chegar. Creio que este será um eclipse positivo, pois chega em ótimos aspetos com Plutão e Urano, promovendo mudanças transformadoras e inesperadas. Meditem muito todos os dias, pois a meditação costuma ser uma ótima aliada em tempos de mudanças.
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