O hotel de cinco estrelas, que integra o portefólio do grupo Torel Boutiques, situa-se no coração da cidade do Porto, e fez renascer o Palacete Campos Navarro, uma edificação notável do estilo Romântico, datada de 1861. O conceito é inspirador e a literatura é o ponto de partida para os 24 quartos, um tributo a escritores e poetas portugueses.
O Palacete Campos Navarro “é um dos mais interessantes exemplares de arquitetura civil do terceiro quartel do século XIX. Trata-se de um típico palacete burguês do Porto romântico, e um dos mais célebres à época, mantendo ainda muitas das características do referido período”, escreve o historiador de arte Francisco Queiroz.
A claraboia que coroa o topo do edifício de quatro pisos e os frescos nos tetos de vários quartos são os grandes destaques da intervenção no Torel Palace Porto. Os interiores foram assinados por Isabel Sá Nogueira.Galeria de Fotos
No piso térreo do hotel encontra-se o restaurante Blind, inspirado no livro de José Saramago, “Ensaio sobre a Cegueira”, com um conceito idealizado por Vitor Matos, chefe de cozinha premiado com uma estrela Michelin no restaurante Antiqvvm.
O Torel Palace Porto acolhe ainda uma biblioteca, uma sala de tratamentos e uma piscina exterior, junto ao restaurante Blind.
“É sempre motivo de uma genuína satisfação receber um prémio como este, após um trabalho tão delicado e rigoroso que um projeto de reabilitação urbana implica. O enorme respeito pela pré-existência, por todas as ideias envolvidas e por todos os intervenientes no projeto, materializou-se neste prémio, que agora volta a desmaterializar-se em motivação para toda a nossa equipa”, refere Miguel Nogueira, CEO da NN - Arquitetura, responsável pela reabilitação do edifício.
O Prémio Nacional de Reabilitação Urbana (PNRU) é uma iniciativa coorganizada pela Vida Imobiliária e pela Promevi, e contou, nesta IX edição, com 87 projetos candidatos de 23 concelhos de norte a sul do país.
Erigido em 1861, O Palacete Campos Navarro pertenceu à Família Campos Navarro, que o construiu de raiz. Exportadores de tecidos, vinho, azeite e cereais, entre outros produtos, foi o negócio que lhes trouxe fortuna e permitiu construir este palacete que é, justamente, um tributo à riqueza dos produtos que comercializavam.
A Claraboia que coroa o topo do edifício de quatro pisos possui oito painéis, quatro com motivos florais e os outros quatro que reúnem os símbolos com os quais a família se identifica: Mercúrio, deus romano do Comércio; a Alegoria da Indústria; Minerva, deusa das Artes e da Ciência, e a Alegoria da Navegação.
No primeiro andar, à medida que se abrem as portas dos quartos, descobrem-se os tetos riquíssimos, trabalhados em estuque, com os retratos de escritores e poetas portugueses como Luís de Camões e Barbosa du Bocage, Almeida Garrett e Alexandre Herculano.
A recuperação e os trabalhos de restauro foram feitos em respeito pelas características originais do palacete, preservando e reabilitando os elementos arquitetónicos e decorativos, dando-lhe uma nova vida.
O edifício acolheu em tempos o primeiro espaço da Real Companhia Velha e mais recentemente as instalações do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), como muitos portuenses ainda se lembrarão.
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