Há cada vez mais gente a trocar as férias em resorts distantes por programas de turismo ativo, muitas das vezes organizados por conta própria, privilegiando o contacto com a natureza. Quando se sai das estradas e se entra nos trilhos, fica-se rodeado das melhores paisagens do mundo. Descubra 10 caminhos, com diferentes graus de dificuldade, magníficos para caminhar sem pensar em mais nada.
1. Caminito del Rey em Espanha
Perto de Málaga, é considerado o trilho mais perigoso do mundo, mas obras recentes deram-lhe a segurança que faltou durante décadas. Em pleno Parque Natural do Desfiladero de los Gaitanes, o Caminito Del Rey (na imagem central) está cavado nas rochas e quase três quilómetros são feitos em passagens suspensas logo, não é ideal para quem tem vertigens. Qualquer aventureiro que o faça vai perceber o quão impressionante é. Para o percorrer, tem de reservar antes.
Com uma distância de 7,7 quilómetros, demora, em média, três a quatro horas a ser percorrido. A melhor altura para ir é de março a outubro. Nos dias em que há muito vento e/ou chuva, está encerrado. Uma das melhores formas de ir é de carro. A distância entre Lisboa e Málaga é de 658 quilómetros.
2. Sentiero Azzurro em Itália
É o caminho mais famoso do Parque Nacional das Cinque Terre, na região da Ligúria, em Itália. Liga as deslumbrantes cinco vilas da Cinque Terre e está dividido em quatro etapas e, durante anos, foi a única via de comunicação da zona. Conta a história que este percurso já existia na Idade Média, com exceção da parte conhecida como Via dell’Amore, construída no século passado num itinerário escavado nas rochas e com uma vista deslumbrante para o mar.
A paisagem de todo o caminho varia entre vinhas, oliveiras, o colorido casario das vilas e o mar Tirreno. Com uma distância de 12 quilómetros, tem uma duração de cinco a seis horas. A melhor altura para ir é de março a outubro, sendo que agosto é o mês mais procurado logo, evite-o.
A Air France voa de Lisboa a Génova, com escala em Paris, pelo que pode aproveitar esta ligação. A melhor forma de chegar de Génova às Cinque Terre é de comboio.
3. Trail inca no Peru
Considerado um dos mais populares trilhos do mundo e o mais famoso da América do Sul ou não acabasse ele na mítica cidade inca de Machu Picchu, o trilho inca do Peru (na imagem inferior), passa por montanhas, pelas ruínas de Llactapata, Runkurakay, Sayacmarca e Phuyupatamar e por túneis, vales sagrados, florestas luxuriantes, cenários de tirar a respiração. O trail começa em Aguas Calientes e não se esqueça de marcar com antecedência.
Geralmente, as noites são passadas em tendas. Com uma distância de 41 quilómetros, este trilho, muito procurado por turistas de todo o mundo, tem a duração de quatro dias, sendo o período entre maio a setembro a melhor altura para ir. A Air Europa voa para Lima em voos em parceria com a Peruvian Airlines, que voa de Lima a Cusco.
Veja na página seguinte: Trilhos americanos que vale a pena percorrer
4. Fitz Roy na Argentina
Dos trilhos mais famosos da Patagónia argentina. Em pleno parque dos glaciares pode ver florestas de faias, extensas planícies, quedas de água, glaciares e, claro, o monte que dá nome ao caminho e que deve ser visto ao nascer do sol, durante o qual parece envolto em chamas alaranjadas. A Laguna de los Tres é o melhor ponto para ver este espetáculo da natureza.
Se for mais aventureira, pode mesmo tentar subi-lo, está a 3,375 metros de altitude. As noites são passadas em parques de campismo em pleno Parque Nacional dos Glaciares. Com uma distância de 58 quilómetros, tem a duração de quatro a sete dias.
A melhor altura para ir é em fevereiro e março, porque há menos gente a percorrer o trilho e as temperaturas são agradáveis. A Iberia e a Lam Airlines voam de Lisboa, com escala em Madrid, até Buenos Aires. Da capital argentina pode ir de autocarro até El Calafate e depois até El Chalten.
5. The Narrows nos Estados Unidos da América
Em pleno Parque Nacional de Zion, no estado de Utah, o trilho de The Narrows (na imagem central) acompanha o rio Virgin, sendo que grande parte é feito no próprio leito do rio entre o desfiladeiro de altos rochedos avermelhados que podem ultrapassar os 600 metros de altura. A água tem tonalidades de azul-turquesa inesquecíveis. As noites são passadas nos parques de campismo do parque e vai ver que à noite o cenário é ainda mais imponente.
É preciso ter licença para fazer a caminhada. Este percurso tem uma distância de 26 quilómetros e uma duração média de dois dias. A melhor altura para ir é em agosto e em setembro, quando o caudal do rio está mais baixo. O preço ronda os 15 €. A KLM voa de Lisboa para Salt Lake City, com escala em Amsterdão. Para chegar ao parque, pode ir de autocarro. A viagem ronda os 80 €.
6. Trail beduíno para Petra na Jordânia
Parte-se de Dana, uma aldeia na montanha, passam-se montanhas e a paisagem árida de Wadi Araba, desertos e oásis. É uma caminhada dura, mas a compensação de tantos quilómetros é avistar, no topo de uma escadaria, o Mosteiro Al Deir, o ícone de Petra, a cidade rosa. O Tesouro de Siq, o Lugar dos Sacrifícios e o Templo Maior são outras das relíquias da história local que pode ficar a conhecer.
Com uma distância de 80 quilómetros, o trilho beduíno de Petra (na imagem inferior) tem uma duração de sete dias. A melhor altura para ir é de outubro a abril, quando as temperaturas do deserto são mais amenas. A Lufthansa voa de Lisboa para Amã, com escala em Frankfurt. De Amã para Dana, a melhor opção é negociar um táxi. O preço da viagem ronda os 100 €.
Veja na página seguinte: Trilhos em paisagens frias
7. Croagh Patrick na Irlanda
As belezas naturais de Croagh Patrick (na imagem central) não deixam ninguém indiferente. É uma subida íngreme ao cume da montanha onde, reza a história, o padroeiro da Irlanda, Saint Patrick, esteve em oração 40 dias. Este é, portanto, um local de culto, mas nem todos que o sobem o fazem por motivos religiosos. A vista deslumbrante para a baía de Crew é outro dos motivos mais frequentes.
A lenda diz que quem subir esta montanha sete vezes entrará diretamente para o céu, mesmo que o comportamento na terra não tenha sido o melhor. Com uma distância de 12 quilómetros, é feito num dia, sendo a melhor altura para ir de março a novembro, embora também seja sempre possível haver dias de nevoeiro e chuva devido ao clima atlântico, em qualquer período.
A Ryanair voa de Lisboa para Dublin, à semelhança de outras companhias aéreas. Depois, o ideal é ir de comboio até County Mayo’s Westport. O preço da viagem anda na casa dos 42 €.
8. Everest Base Camp no Nepal
Dos percursos de montanha este é um dos mais difíceis, mas também um dos mais apetecíveis ou não fosse este o caminho para os alpinistas alcançarem o Evereste, a montanha mais alta do mundo. Este trilho (na imagem inferior) mostra os Himalaias em todo o seu esplendor e há mesmo quem diga que em Thyangboche é possível ver a vista mais bonita do mundo, prepare-se. Passará por aldeias, mosteiros budistas e encontrará viajantes de todo o mundo.
Devido à altura do campo de base do Evereste é preciso períodos de adaptação, o que tornam a viagem lenta, mas dá a oportunidade de viver toda a experiência com calma e contatar mais de perto com a população e os seus hábitos. Com uma distância de 113 quilómetros, são precisos 16 dias para o concluir.
As melhores alturas do ano para ir são em março e abril antes das monções ou, em alternativa, em novembro, depois das monções. A Etihad Airways voa de Lisboa para Katmandu, com escalas em Amesterdão e em Abu Dhabi. De Katmandu para Lukla, o melhor é alugar um carro com motorista, um serviço que pode contratar a partir de 26 €.
Veja na página seguinte: Dois trilhos longínquos que se percorrem em quatro dias
9. Bay of Fires na Austrália
A rota começa no Parque Nacional de Monte William e termina na Baía de Fires Lodges e nunca se afasta das praias de areia branca e de um mar azul da ilha da Tasmânia, pincelados pelo vermelho dos líquenes (na imagem central). É um caminho que se pode fazer apenas com guia. Geralmente, o alojamento é feito em hotéis.
Com uma distância de 26 quilómetros, tem a duração média de quatro dias. A melhor altura para ir é de outubro a maio, quando o clima é mais quente. A Etihad Airways voa de Lisboa para Hobart, com escalas em Madrid, Abu Dhabi e Sydney. De Hobart para Bay of Fires, a melhor opção é alugar um carro e fazer-se à estrada.
10. Laugavegurinn na Islândia
A beleza da Islândia é estonteante e este caminho é uma montra disso. O cenário é composto por cascatas, vales, montanhas, fumarolas, glaciares e até um vulcão, o Eyjafjallajökull, o tal que parou o tráfego aéreo em 2010. O alojamento é feito em cabanas no parque.
Com uma distância de 54 quilómetros, este percurso tem a duração de quatro dias. A melhor altura para ir é de junho a setembro, durante o verão, altura em que as temperaturas são mais suportáveis. A British Airways voa até Reiquiavique, com escala em Londres. De Reiquiavique a Laugavegurinn, a melhor opção é o autocarro.
Texto: Rita Caetano
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