Depois de ter marcado presença no ‘Dois às 10’, da TVI, Mafalda Matos esteve à conversa com os jornalistas para falar sobre a sua participação no ‘Big Brother Famosos’, tendo sido a concorrente expulsa este domingo, 20 de março, com 83% dos votos.

Sobre o que terá levado à sua saída da casa mais vigiada do país, a atriz confessou que "ainda não tinha consegui ver o que passou cá fora", e por isso ainda não consegue "comentar de uma forma fundamentada".

Falando da passagem pelo 'Big Brother', foi questionada sobre a partilha que fez no Dia da Mulher, quando falou sobre o momento em que teve de fazer um aborto.

"É super difícil para uma mulher dizer que vai abortar, principalmente quando se quer ser mãe, que é o meu caso. Tive que o fazer por questões de saúde, porque não poderia continuar, não havia condições e foi isso que os médicos disseram para eu fazer. Não havia outra alternativa, por muito que eu quisesse", explicou, confessando que esse acontecimento na sua vida "foi realmente penoso".

"Foi feito na maternidade Alfredo da Costa, e normalmente - nos hospitais, nas maternidades, nos sítios onde forem, mas que cheira sempre a éter no ar - questões que são tão humanas às vezes precisam de outro tipo de apoio. E o que eu quis dizer com aquela partilha é que quando as mulheres se juntam e existe um tipo de acompanhamento mais próximo, em que a mulher consegue viver essa experiência de uma forma em que não é só física, mas que também consegue chorar, também consegue integrar todo o processo naquele momento e não simplesmente fechar os olhos e é uma anestesia geral, e já foi e não se fala no assunto. Quando não se fala do assunto, quando não se vive o momento, mais tarde ou mais cedo esse acontecimento vai aparecer nas nossas vidas", continuou.

"E não foi isso que eu fiz, fiquei sempre de olhos abertos. E foi isso que ao fim ao cabo, por muito custoso que fosse - que foi, mas foi mesmo, e não é nada leviano", afirmou. "Ainda não consegui gerar vida, mas quero muito. No entanto, num episódio triste que é não poder ser mãe e ter que abortar, consegui dar a volta e sentir-me apoiada. Consegui seguir em frente com esse episódio resolvido em mim", realçou, contando que mantém o desejo de ser mãe.

Durante a conversa, Mafalda Matos recordou a gala anterior à sua saída, quando não ficou agradada com imagens suas que tinham passado. "Haviam vários assuntos misturados e que cozinhados parece uma coisa. Foi por isso que tentei ser clara com a Cristina".

Ao lembrar o jantar do Dia da Mulher - em que acabou por haver uma tensão entre, especialmente, Bruna e Sara -, Mafalda Matos explicou que apenas estava a "tentar apaziguar um bocadinho os ânimos".

"Outra coisa são as atividades que fiz, como por exemplo respirações de yoga, de meditação, círculos de partilha e uma sessão de coaching - que também vou esclarecer, coaching não é psicologia. Ao contrário da psicologia, não vai agarrar o passado para explicar o presente. Pegamos no presente para ir ao encontro daquilo que nós queremos. E se quisermos ter uma vida mais saudável, seja isso o que for para cada um de nós, podemos optar por objetivamente do nosso presente dizermos, por exemplo, vou beber dois litros de água, vou levantar-me às 06h30 da manhã e fazer um treino de 20 minutos. Isto é coaching, que é identificarmos um objetivo que queremos alcançar e ver quais são as soluções, quando e como é que vamos fazê-las. Nada tem a ver com terapia", acrescentou.

"No entanto, quando foi o ritual de lua nova, eu convidei, sugeri, abri espaço, montei um espaço lá fora e quem quisesse entrava, quem não quisesse não entrava, quem quisesse entrar e falar, ou não falar, estava tudo bem. [Convidei] as pessoas a colocarem um objeto pessoal no centro e falarem sobre o seu propósito no programa. Isto deu azo a muitas partilhas profundas. E, obviamente, não estava nada à espera disso. Simplesmente é bom estarmos em círculo, como também estivemos em círculo quando comemos. Estar em círculo é símbolo de união, de cooperação, e esta sempre foi a palavra que defendi, cooperar em vez de competir. Para mim nunca foi objetivo ganhar o ‘Big Brother’, para mim ganhar já é estar no ‘Big Brother’ a falar sobre estes assuntos. O que interessa para mim são as pessoas”, continuou.

Quando a Cristina partilhou as imagens, senti que esses dois assuntos estavam misturados e tentei ao máximo, com o pouco tempo que tenho para responder num direto de uma gala, que uma coisa é uma coisa e outra coisa é outra coisa, e que as partes boas do filme que tinha passado anteriormente eu não tinha visto. É assim um agridoce, confesso, porque podíamos fazer entretenimento de uma forma muito mais inspiradora, puxar a moral de uma forma muito mais positiva, falarmos e sermos notícia pela positiva e não pelo drama e tudo isso que já temos tanto cá fora, na vida real”, destacou.

Ao responder às questões dos jornalistas, a atriz contou que “ficava sempre um ambiente muito mais pesado depois das galas”.

“Tínhamos sempre que falar depois com o ‘Big’, fazíamos um círculo com o ‘Big’ na sala para esclarecermos mais um bocadinho. Todas as situações que vemos nas galas já estão enterradas, integradas, abençoadas, e até esquecidas muitas vezes. Só que são postas outra vez à riba e a malta tem que falar outra vez sobre isso. E nem sempre é fácil porque muitas vezes passamos uma semana com os seus altos e baixo, mas super positiva, e chegamos às galas e é uma grande dose emocional. Temos que selecionar pessoas que já estão muito próximas de nós, temos que ver pessoas que gostamos a partir, e somos relembrados de situações menos agradáveis que aconteceram, de uma forma também exagerada. Não se mostra todos os lados, é impossível também”, explicou.

E o que lhe deu de bom a participação no reality show da TVI? “Novos amigos, muita experiência no meu crescimento pessoal - não só na parte de não levar nada a nível pessoal e ficar mais neutra em relação ao o que é que o outro pode ou não fazer. Claro que quem sente é filho de boa gente, mas também é preciso perceber que cada um vive o seu mundo e tem as suas próprias crenças”.

Consegui também ultrapassar uma coisa que me deixava bastante vulnerável que era cantar. E mais uma prova que também é este tipo de dinâmicas que eu adoro. Um dos meus objetivos é viver num projeto de cohousing, ou seja, compra-se o terreno, cada um tem a sua casinha, vive-se em comunidade. Com o melhor do que uma comunidade pode trazer. Gosto mesmo de viver com muitas pessoas à minha volta. Claro que preciso também do meu silêncio e de uma energia não tão ‘Ibiza style’, mas gosto mesmo muito de estar rodeada de pessoas, e humanamente foi muito rico”, acrescentou.

A nível profissional, Mafalda Matos recorda que a última participação que fez no mundo da representação foi na novela ‘Festa é Festa’. “A nível de representação, aceitarei apenas papéis que tragam alguma mensagem para o mundo que valha a pena ser ouvida. Entreter por entreter já não condiz comigo. Também fiz o ‘Big Brother’ com este propósito, de falar sobre estas ferramentas, de abrir corações. A nível profissional, na outra área que tenho, que é a minha principal, não foi esse o intuito, de todo. Se surgir, que bom, se não, tudo bem. Senti mesmo este sentido de missão, de partilhar, de expor-me e ser a mensageira desta mensagem que acho que nesta altura em que vivemos faz todo o sentido estar em horário nobre”, disse.

De lembrar que além da carreira de atriz, Mafalda Matos é também oradora, coach ou mentora holística, uma adepta do yoga e da espiritualidade.

Antes de terminar, partilhou também que gostava que fosse Marie a vencer o 'Big Brother Famosos'. "É uma mulher que traz muita cor aquela casa e a autenticidade dela é inspiradora", justificou.

Leia Também: Mafalda Matos expulsa do 'BB Famosos'. Os nomeados e o novo presidente