"Felizmente foi detetado cedo e agora todos desejam que receba o tratamento que precisa e que recupere completamente", declarou durante uma entrevista à BBC.

O chefe de Governo disse que está em contato frequente com o monarca desde o diagnóstico e que a comunicação entre ambos prosseguirá normalmente.

O Palácio de Buckingham anunciou na passada segunda-feira, dia 5 de fevereiro, que o rei foi diagnosticado com cancro e que já iniciou o tratamento.

Carlos III, coroado após o falecimento da sua mãe, Isabel II, no dia 8 de setembro de 2022, sempre demonstrou uma boa saúde, com exceção de algumas lesões sofridas quando praticava pólo ou ski.

Mas, durante um internamento recente para uma operação por hipertrofia benigna da próstata, um problema concreto foi constatado e "exames posteriores permitiram identificar uma forma de cancro", explicou a Casa Real em comunicado.

"Muitas famílias em todo o país que estão a ouvir isto já foram afetadas pelo mesmo e sabem o que isso significa para todos", afirmou Sunak.

O rei e o primeiro-ministro reúnem-se tradicionalmente uma vez por semana.

Um gesto de transparência

A transparência da monarquia no anúncio da doença de Carlos III representa uma ruptura em relação aos antecessores, como a mãe Isabel II ou o avô Jorge VI.

No entanto, o Palácio de Buckingham evitou especificar qual o tipo de cancro do rei e a única informação que partilhou é que não se trata de cancro da próstata - o órgão que acabou de operar.

O jornal The Guardian afirmou que o diagnóstico do rei "mais uma vez" levantará dúvidas sobre se faz sentido esperar que um homem com mais de 70 anos "cumpra uma série de deveres públicos".

"Na verdade, começou o seu novo trabalho uma década depois que a maioria dos homens se reformam", escreveu o jornal.

O Times assumiu um tom mais cético, afirmando que, ao se recusar a divulgar qual o tipo de cancro, o Palácio de Buckingham poderia dar origem a "especulações indesejáveis".

De acordo com o Cancer Research UK (Investigação sobre cancro no Reino Unido, em tradução livre), os cancros mais comuns entre homens com mais de 75 anos são cancro da bexiga, intestino, pulmão, pele e próstata.

Reações

Líderes de todo o mundo, assim como toda a classe política britânica, incluindo os apoiantes da independência escocesa e os republicanos irlandeses, desejaram ao monarca uma rápida recuperação.

A casa real afirmou ainda que o anúncio procura incentivar os cidadãos a realizarem exames para diagnóstico precoce.

O anúncio do cancro do rei coincidiu com a notícia, também na segunda-feira, do regresso do filho mais velho, William, às atividades públicas.

William cancelou todas as suas atividades desde 16 de janeiro para ficar ao lado da esposa Kate, que foi submetida a uma cirurgia "abdominal".

Nos próximos dias, o filho e a esposa do rei, William e a rainha Camilla, de 76 anos, representarão a monarquia em vários eventos programados, enquanto Charles está em tratamento.

O príncipe Harry, filho mais novo de Carlos, que vive na Califórnia, afirmou que vai visitar o pai, apesar da tensão entre ambos. A imprensa britânica afirmou que Harry vai viajar sozinho, sem a esposa Meghan e os dois filhos, Archie e Lilibet, como na coroação do pai, em maio do ano passado.

*Notícia atualizada às 11h50 do dia 6 de fevereiro