
Nascido em Piacenza, no norte de Itália, a 11 de julho de 1934, Giorgio Armani chegou a estudar Medicina na Universidade de Milão, mas abandonou o curso após três anos. O serviço militar levou-o para o Hospital Militar de Verona, onde, entre fardas e desfiles no coliseu da cidade, começou a alimentar a paixão pela moda.
De regresso a Milão, em 1957, trabalhou como vitrinista na La Rinascente e mais tarde foi contratado pelo estilista Nino Cerruti para desenhar moda masculina. A sua visão inovadora levou-o, em 1975, a fundar com o amigo Sergio Galeotti a Giorgio Armani S.p.A., que rapidamente se tornaria uma referência mundial. No ano seguinte, apresentou em Milão duas coleções, uma masculina e uma feminina, que foram recebidas com enorme sucesso.
Um império diversificado
O império Armani não se limitou à alta-costura. Ao longo das décadas, nasceram linhas como Armani Privé, Armani Collezioni, Emporio Armani, Armani Jeans, Armani Exchange e Armani Junior. Mais tarde, a marca expandiu-se para áreas como a hotelaria, a restauração, o design de interiores e até a doçaria, com nomes como Armani Hotels, Armani Ristorante, Armani Casa, Armani Dolci ou Armani Fiori.
Em 2018, o grupo valia mais de 5,9 mil milhões de euros. Só a marca Giorgio Armani estava avaliada em quase 2,9 mil milhões. Desde a morte de Sergio Galeotti, em 1985, Armani manteve-se como único acionista e alma criativa do grupo. "A companhia nunca contraiu empréstimos bancários. Essa independência financeira permitiu que o empresário pudesse explorar novas áreas de negócio sem sofrer pressões dos acionistas", apontava a consultora internacional Martin Roll.
A estética da simplicidade
Conhecido como "Re Giorgio" ("Rei Giorgio"), Armani revolucionou a moda com a sua alfaiataria desconstruída, sóbria e intemporal, e vestiu gerações de estrelas de Hollywood e líderes mundiais. O estilista foi igualmente pioneiro ao realizar o primeiro desfile à porta fechada, em 2020, no início da pandemia de COVID-19.
Para Armani, o segredo estava nos detalhes: "para criarmos algo de excepcional, o foco tem de estar nos pequenos detalhes", defendia.
Armani foi até ao fim o rosto e a força criativa da marca. Das passerelles às fragrâncias, da hotelaria de luxo à decoração de interiores, manteve-se fiel à sua filosofia de independência e atenção ao detalhe. Um império construído com a mesma visão que resumiu em poucas palavras: "Paixão. Risco. Tenacidade. Consistência."
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