Foi no seu podcast - 'Ar Livre' - que Salvador Martinha quebrou o silêncio acerca da polémica sobre Rui Sinel de Cordes no espetáculo 'Morro Amanhã', em Lisboa.
O comediante começa por explicar que o objetivo era fazer uma homenagem a Ricardo Vilão, com quem - juntamente com Rui Sinel de Cordes e Luís Franco Bastos - formou um grupo de stand up comedy no passado.
Ricardo Vilão, sublinhe-se, morreu em setembro de 2023, aos 43 anos.
Confessando que a semana foi "louca", Salvador refere que ainda está a processar tudo o que aconteceu, pois se, por um lado, tem motivos para estar zangado tendo em conta o comportamento de Sinel de Cordes, por outro, este não deixa de ser seu amigo.
Durante a performance, que aconteceu no Tivoli BBVA, o humorista conta que a certa altura Sinel de Cordes, em tom de brincadeira, estava constantemente a interromper Franco Bastos. Contudo, a situação tornou-se de tal forma incómoda - devido à repetição - que o público começou a intervir.
"O Rui começou a ficar excitado", sublinha, notando que este "não deixava ninguém falar".
"Aquilo irritou-me um bocado, obviamente. Irritou-me, fiz aquele meu pezinho... Porque temos um alinhamento para seguir e não estava a fluir porque estávamos em loops de repetições. Chateou-me, mas era a intensidade, a loucura", reconhece.
"As pessoas do próprio público estavam a aperceber-se do nosso desconforto. Falaram por nós. Estavam a ver que estávamos incomodados e começaram: 'cala-te, deixa-os falar', mas na boa", continua.
"Uma senhora disse 'deixa-os falar' e o Rui tem ali um momento de 'snap' total", reconhece.
"O Rui passou-se e tem ali um momento em que descarrega uma energia super negativa, uma raiva em cima de uma pessoa da plateia. Foi um momento em que colapsou, acho que não estava totalmente lá", descreve ainda Salvador Martinha.
Depois de a espectadora em questão "levantar-se", "dizer que era uma vergonha" e sair, a "sala ficou um gelo". Contudo, o grupo optou por continuar o espetáculo. "Como é que nós continuámos? Com aquilo que sabemos fazer. Em perceber onde estava o humor daquilo. Pomo-nos no lugar do público e começámos um 'roast' ao Rui", explica.
"O Rui não pareceu acalmar com aquilo, parece que o blackout continuou", afirma ainda.
Com o fim do espetáculo, e mesmo com o público a fazer uma ovação, Salvador Martinha adianta que ficou chateado.
"Falhámos redondamente, falhámos numa missão que era homenagear um amigo (...) O espetáculo tornou-se sobre o Rui, não era o objetivo. Isto magoou-me, chateou-me e enraiveceu-me", assume.
Salvador afirma que o segundo espetáculo, que iria acontecer no Porto, foi cancelado por decisão sua e de Luís Franco Bastos. "Estragou-se a magia da noite. Com que cara íamos estar sete dias depois no Porto a contar histórias de como éramos felizes em grupo ao fim de se passar isto".
Por fim, pediu desculpa a todas as pessoas que estiveram presentes no espetáculo.
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